Título Paulo Henrique Pessoa é chamado de Ganso, mas não joga futebol
Matéria Miscelânea. Assim Paulo Henrique Bicalho Pessoa, o Ganso, define a exposição que vai apresentar na Mini Galeria Detono Grafitti. Ele mostra pinturas, desenhos, luminárias conceituais e colagens, a maior parte realizada a partir de 2005, além de peças dos anos 1980 e 1990. "Tenho um lado meio esquizofrênico de assobiar e chupar cana ao mesmo tempo", brinca ele, referindo-se ao fato de, paralelamente ao design, produzir trabalhos de arte. 

Na origem das peças está a compulsão em coletar objetos, que, inteiros ou em partes, são usados em suas criações. Velhas formas de bolo se tornaram peças; a base do liquidificador se torna luminária; ilustrações de antigos baralhos compõem colagens. "Tiro as coisas do contexto e procuro vê-las de outro prisma, dando a elas nova energia", explica Ganso, sem esconder a sedução por fragmentos impregnados de histórias, por engenhocas e pela releitura de objetos.

"Fazer provocações me atrai. Trazem a possibilidade de cutucar, de tirar a estabilidade do espectador, de alterar a normalidade das coisas. Gosto do toque de nonsense que sacode quem está vendo o objeto", diz o artista. Na criação das peças, a forma é fundamental. "No momento, estou liberando mais a cor", acrescenta. Interferências em diversos graus é estratégia privilegiada em seu trabalho. Ele já experimentou fases mais contidas, mas hoje a proposta está mais escrachada, explícita. O momento é de desengavetar trabalhos, conta o designer.
Ganso se formou em design pela Fuma. "Isso me ajudou, pois há áreas em comum entre arte e design", conta. Ele trabalha como designer, mas, ao mesmo tempo, se revolta contra as regras e gosta de criar objetos livres e despreocupados com o uso. 

Flávio de Carvalho e Joseph Beuys são artistas que Ganso admira. José Bento também está na lista, "pelas obras revolucionárias, a mistura de arte e vida, e por acreditar em ideias malucas e fazê-las". Ele gosta também dos designers brasileiros Sérgio Rodrigues e Zanini, além do italiano Gio Ponte. "São mestres. Há 50 anos, criaram obras que hoje não ficam a dever a ninguém", elogia. 

Há alguns anos, Ganso ganhou o Prêmio Candango de Ouro, no Festival de Brasília, pela direção de arte do filme Uma onda no ar, de Helvécio Ratton. É também responsável pela identidade visual do bar que leva seu nome, no Centro de Arte Contemporânea Inhotim.

Minishow Ganso
Exposição na Mini Galeria Detono Grafitti (Av. Cristóvão Colombo, 550, sala 27, Savassi). Até  22 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 14h às 19h, e aos sábados, das 10h às 14h.
 
 
 
Fonte: O Estado de Minas
Data 01/12/2010

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