História da Arte |
O Academismo na Arte Brasileira
A influência do ACADEMISMO na arte brasileira ainda é visível hoje, especialmente em suas instituições mais fortes: ensino, mecenato oficial e mercado de arte.
Existe o Academismo ou Academicismo com influência Neoclássica e o Ecletismo.
O Academismo foi um sistema fechado, autoritário e poderoso, que envolveu todo o circuito de arte. O Neoclassicismo trazido pela Missão Artística Francesa serviu de base para a implantação do sistema das belas-artes. Com ele foram criadas as normas e regras do ensino, hierarquizando gêneros e temas, impondo modelos europeus e dificultando ao máximo o contato com a realidade brasileira.
Através de prêmios de viagem à Europa, concedidos inicialmente pela Academia, em concursos internos, e em seguida nas Exposições Gerais, este vínculo com a pátria artística colonial foi reforçado. Os bolsistas recebiam instruções precisas sobre o que ver e fazer, os mestres que deveriam tomar como professores, as obras de museus que deveriam ser copiadas etc. De volta ao Brasil, comprovado o bom aproveitamento, eram nomeados professores. Mantinha-se assim, sem rupturas, o funcionamento do sistema acadêmico. Várias tentativas de furar este bloqueio foram feitas. Os Acadêmicos controlavam também os Liceus de Artes e Ofícios, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Museu Nacional de Belas-Artes, e instituições influentes como a Sociedade Brasileira de Belas-Artes. Controlavam, até muito recentemente, o Salão Nacional, dificultando o acesso sos artistas jovens ao prêmio de viagem ao Exterior.
O Ecletismo
Existe uma outra arte acadêmica, que nada tem a ver com o Neoclassicismo, é o ECLETISMO e outros ismos que vigiam no Brasil ainda no século passado. Esse outro academismo, de hoje, é apenas uma arte temática, técnica e formalmente defasada. Mas que detém prestígio numa espécie de circuito paralelo, que envolve artistas, mercado, crítica, locais de apresentação, um público fiel e recursos de certa monta, tudo isso exercendo uma forte pressão subterrânea sobre o meio cultural brasileiro.
Misturam-se as diversas tendências (1870-1922)
O ECLETISMO reunia aspectos de estilos do passado, principalmente aqueles que tinham uma finalidade decorativa. Assim, alguns arquitetos mantiveram, num mesmo edifício, elementos greco-romanos, góticos, renascentistas e mouriscos.
Por isso, as casas que os fazendeiros de São Paulo construíram nas cidades passaram a ser ornamentadas com relevos de estuque pré-moldados, platibandas, grandes vidraças e ferragens importadas da França e da Bélgica. As cidades do norte do país, enriquecidas com a borracha, também desenvolveram uma arquitetura requintada, de acordo com as concepções ecléticas. O prédio do Museu Paulista da USP é um palácio de derivação neo-renascentista.
|