| História da Arte |
A ETERNA CRIANÇA
Sábado, 27 de Janeiro , 00:48
Arquivado por Pedro Marques em Artigos, Pintura
Uma doença atirou-o para a cama durante um ano. Tinha 21 - e começou a pintar. Henri Matisse - até então estudante de Direito - frequentou de seguida vários cursos de desenho e desistiu da advocacia para seguir a vida de pintor.
Contudo, um casamento precoce e os dois filhos fizeram-no ter problemas de dinheiro até cerca de 1904, altura em que começou a ganhar fama através dos seus quadros de cores explosivas.
Retrato Com Risca Verde (Senhora Matisse), de 1905, será talvez um dos primeiros e também mais conhecidos dessa altura. Mais do que o realismo, Matisse procura uma arte que seja harmoniosa. Será esse o seu objectivo artístico. O pintor diz: «A música e as cores nada mais têm em comum do que prosseguir o mesmo caminho. Sete notas com pequenas alterações são suficientes para produzir as criações mais gloriosas. Nas artes plásticas deveria ser de outro modo?»
Matisse liga-se, de facto, com a música, não só a nível formal como a nível temático. «As cores têm uma beleza própria que devemos preservar, tal como tentamos preservar o som da música. É uma questão de organização, de encontrar a construção em que a cor conserva beleza e frescura.»
É também nesta altura que vê uma exposição de arte islâmica. Os motivos das tapeçarias árabes farão a sua incursão na obra e nela permanecerão até ao fim da vida: o artista tentava obter o máximo de esplendor com o mínimo de esforço. O resultado é uma obra que vai progressivamente dando valor à composição das formas e cores: «O que mais me interessa não é a natureza-morta ou a paisagem: é a figura.» Esta arte dinâmica criada pelas figuras pode ser vista em A Dança (1909) e A Música (1910).
Imagem 1:Retrato com risca verde - Senhora Matisse
Imagem 2: A Dança (1909)
|