Descrição O Palácio do Rei Sol
Título Versalhes
História da Arte Diante da fachada deuses marinhos e fluviais povoam os tanques do jardim Versalhes - O Palácio do Rei Sol Versalhes foi erguido por Luís XIV para ser o mais belo palácio de todos os tempos. Se for verdade que toda residência reproduz a personalidade do dono, o monarca francês que se autodenominava Rei-Sol, levou essa máxima às últimas conseqüências. Em sua longa e famosa existência (1643-1715), Luís XIV fez de Versalhes a maior, mais bela e mais conhecida construção do seu tempo. Até hoje, seus edifícios e jardins, transformados em museu, são o melhor exemplo do Absolutismo europeu. "Simultaneamente incomensurável e harmônico". A identificação do rei com a localidade de Versalhes, situada ao norte de Paris, começou antes mesmo de sua coroação. Lá o infante passou os raros dias de tranqüilidade de seus primeiros anos, marcados pela súbita morte de seu pai e pela Fronda - uma sucessão de revoltas que sacudiram o reino durante sua minoridade. Naquela época Versalhes era um local belo e ermo, perfeito para as caçadas. Possuía apenas uma construção, uma espécie de cabana ou pavilhão de caça, erguida em 1624. O destino de Versalhes foi decidido quando Luís assumiu o poder, aos 18 anos, por uma questão de capricho. No mesmo ano, Nicolas Fouquet, ministro superintendente de Finanças do antigo preceptor do rei, o Cardeal Mazarino, havia terminado de construir um palácio, o Vaux-le-Vicomte, que foi alardeado como o mais belo do mundo. O jovem e arrogante rei, autor da frase "L´état c´est moi" (O estado sou eu), ficou muito irritado e logo ordenou a prisão do financista, sob a suspeita de riqueza ilícita. Mandou confiscar a residência e, para demonstrar o seu poder, decidiu construir um palácio mais belo ainda em seu local favorito: a cidade de Versalhes. Ninguém imaginaria que em uma região inóspita, uma terra pantanosa, sem água potável e vegetação escassa, pudesse se erguer o maior e o mais suntuoso palácio do mundo. O Rei-Sol imaginou! Luís XIV contratou basicamente a mesma equipe organizada por Fouquet, composta pelo arquiteto Louis Le Vau (1612-1670), que construiu o Louvre e as Tulherias, o paisagista André Le Nôtre (1613-1700), criador dos "jardins à francesa" e o pintor Charles Le Brun (1619-1690). Os trabalhos começaram em 1668. Trinta e seis mil homens vindos de todas as regiões da França, trabalharam na gigantesca construção. Seis mil cavalos foram usados para puxarem os carros que transportavam pedras, blocos de mármores e vigas. O rei visitava as obras quase todos os dias, incentivando os trabalhadores. Nada o desanimou, nem mesmo as epidemias de febre que dizimaram operários, nem as deserções em massa ocorridas nos rigorosos invernos de 1678 e 1684, nem tão pouco os custos elevados, o que o obrigou, inclusive, a transformar seus serviços de prata em moeda. E naquela região, cuja única construção existente era um pequeno pavilhão de caça, surgiu aos poucos um palácio jamais construído por qualquer rei governante, em qualquer lugar do mundo. A fachada principal media 580 metros de cumprimento possuía 375 janelas, imensos pátios, numerosos edifícios laterais e para terminar, uma longa avenida que o ligava diretamente a Paris. A maior parte da estrutura e o formato dos jardins foram determinados por Luís XIV, que parecia indiferente à antiga residência real - o Louvre -, cuja construção lhe parecia ser interminável e muito ao gosto medieval. O sucessor de Le Vau, que concluiu as obras do Palácio de Versalhes, foi o arquiteto Jules Hardouin-Mansard (1646-1708). Escultores, pintores, ourives, estucadores, marmoristas, os melhores profissionais trabalharam para realizar uma decoração jamais vista. As cores dominantes do Versalhes eram o branco e o ouro, nas paredes, nos tetos, estofados, ornamentos e também os deuses marinhos das fontes do jardim foram dourados. Para jorrar água no palácio, foram buscá-la no rio Sena e para isso construíram um serviço de extração de água composto por 221 bombas que elevavam a água a mais de 160 metros de altura e daí para Versalhes, numa vazão de seis mil litros cúbicos por dia.

Vista do Palácio - graura de P. Menant, 1715

Data 12/01/2008
Fonte Jornal A Relíquia Fev/2007

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