Artista Sandra Gamarra - Sandra Gamarra Heshiki
Biografia Sandra Gamarra Heshiki
Lima, Peru, 1972. Vive e trabalha em Madri, Espanha

Formação
2003
Doutorado, Facultad de Arte de Cuenca, Cuenca, Espanha

1990-1997
Bacharel em Arte - Pintura, Pontificia Universidad Católica del Peru, Lima, Peru

Exposições Individuais
2010
En Orden de Aparición, Galeria Juana de Aizpuru, Madrid, Espanha

2009
The Guest, Rotwand Gallery, Zurique, Suíça
La Ilusión del Uso, Galería Lucía de la Puente, Lima, Peru

2008
Milagros, Galeria Leme, São Paulo, Brasil

2007
De la A a la K, Colección César Cervantes, Aldaba Arte, Cidade do México, México

2006
Aquisições Brasileiras, Galeria Leme, São Paulo, Brasil
Nuevas Aquisiciones, Galería Lucía de la Puente, Lima, Peru
Gabinete, Galeria Juana de Aizpuru, Madri, Espanha

2004
Recent Works, Galería Juana de Aizpuru, Madri, Espanha

2003
Visita Guiada, Casa de América, Madri, Espanha
Curso por Correspondencia, Galería Wu Ediciones, Lima, Peru

2002
Souvenir, Galería Wu Ediciones, Lima, Peru

2001
Living Room, Sala Luis Miró Quesada Garland, Lima, Peru

2000
Obras Recientes, Galería Wu Ediciones, Lima, Peru
Kitchen, com Iván Esquivel, Centro Cultural Ricardo Palma, Lima, Peru

1999
La casa: Espacios Internos, com Rocío Gómez, Galería Obsidiana, Lima, Peru

1998
Inventario, Galeria Praxis, Lima, Peru

Exposições Coletivas
2009
Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Brasil
53ª Esposizione Internazionale dArte, La Biennale di Venezia, Veneza, Itália
Trópicos, National Gallery, Cidade do Cabo, África do Sul
El Museo de Arte borrado (d'aprés Emilio Hernández Saavedra, 1970), Micromuseo,Lima, Peru


2008
Portrait 2, Galeria Leme, São Paulo, Brasil
A Propósito del Espacio, OTR espacio de arte, Madri, Espanha
Pipe, Glass, Bottle of Rum: The Art of Appropriation no MoMA, Nova Iorque
Trópicos, curadoria de Alfons Hug, Martin-Gropius-Bau, Berlim, Alemanha
Relíquias e Ruínas, curadoria de Alfons Hug, SescSP, São Paulo, Brasil
Trópicos, curadoria de Alfons Hug, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil
Located Work Project, coordenação de Joseph Kosuth, La Casa Encendida, Madri, Espanha

2007
Relíquias e Ruínas, curadoria de Alfons Hug, Espaço Cultural Oi Futuro, Rio de Janeiro, Brasil
Trópicos, curadoria de Alfons Hug, Centro Cultural Banco do Brasil, Brasília, Brasil
Existências - Colección MUSAC, Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y Leon, León, Espanha
10°00 S / 76°00 W, Galeria Leme, São Paulo, Brasil
Destino Futuro, Sala de Exposiciones del Jardin Botanico, Madri, Espanha

2006
TINTA, Galeria Leme, São Paulo, Brasil
Homenaje, Galeria Juana de Aizpuru, Madri, Espanha
Urbe y Arte, Museo de la Nación, Lima, Peru

2005
Exposição Andén 12: Heterónimos, Conde Duque, Madri, Espanha
Emergencias, Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León, León, Espanha
Still Life, Museo de Arte de Lima, Madri, Espanha
Itinararios, Fundación Marcelino Botín, Santander, Espanha

2004
NeoRetratos, Galería Juana de Aizpuru, Madri, Espanha
Exposiciones Itinerantes, Generación 2004, Caja Madrid, Madri, Espanha
Cubo Blanco, Sala Luis Miroquesada Garland, Lima, Peru

2003
Proyecto Boda, MEIAC, Badajoz, Espanha

2002
Gracias por Venir, La Fabrica de Pan, Madri, Espanha
Arte Jóven Latinoamericano, Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, Brasil

2001
Unzip, Galería John Harriman, Lima, Peru
Dibujo sobre Tela, Galería Forum, Lima, Peru
Presencia de la Mujer en el Arte Peruano, Galería de Arte de la Embajada del Perú, Washington D.C., EUA
Galería "C".. Co-Razón, Centro Cultural de España, Lima, Peru
Envío Peruano para la Bienal de Mercosul, Porto Alegre, Brasil

2000
Winsor & Newton Worldwide Millennium Painting Exhibition, Mall Galleries, Londres, RU
Winsor & Newton Worldwide Millennium Painting Exhibition, United Nations, Nova Iorque, EUA
Winsor & Newton Worldwide Millennium Painting Exhibition, World Trade Center, Estocolmo, Suécia
Noche de Arte, Residência de la Embajada de EEUU, Lima, Peru
C.C. Convenio Andrés Bello, Nexo: Jóvenes Artistas de América Latina y España, Bogotá, Colômbia
Dibujo sobre Tela, Galería Forum, Lima, Peru

1999
Realidad, Centro Cultural Ricardo Palma, Lima, Peru
Dibujo sobre Tela, Galería Forum, Lima, Peru
Laberinto de la Choledad: Lima Ciudad Abierta, Casona de San Marcos, Lima, Peru

1998
Arte Praxis 98, Galería Praxis, Lima, Peru
Los nuevos Ángeles, Galería 2V´s, Lima, Peru
Pintura Peruana Contemporánea, Sala de Arte Petro Perú, Lima, Peru

Prêmios
2006
Prêmio VI Bienal Internacional de Artes Plásticas Ciudad de Alcorcón, Madri, Espanha

2004
Marcelino Botín, Beca de Projectos, Santander, Espanha
Concurso Generación 2004, Seleción, Caja Madrid, Espanha

2003
MUSAC, Beca de Creación Artística, Castilla y León, Espanha

2002
Fundación Carolina, Beca de Creación, Madri, Espanha

2001
V Concurso Artes Plásticas Patronato de Telefónica, Menção Honrosa, Madri, Espanha

2000
Concurso Pasaporte para un Artista, Embajada de Francia, Menção Honrosa, Lima, Peru

1999
III Concurso Artes Plásticas Patronato de Telefónica, Finalista, Madri, Espanha
Concurso Winsor & Newton Millenium Painting Competition, Finalista
V Concurso de Pintura Johnie Walker, Segundo Lugar

1998
II Concurso Artes Plásticas Patronato de Telefónica, Finalista, Madri, Espanha

1997
Premio Galería 2Vs, Segunda Menção Honrosa
IV Concurso Nuevos Artistas, Primeiro Lugar, Banco de Crédito del Perú, Lima, Peru

1996
Premio Pontificia Universidad Católica del Perú, Menção Honrosa em Pintura, Lima, Peru



TEXTOS

Sandra Gamarra por Carlos Trivelli


Na parte inferior do degrau,
à direita,
vi uma pequena esfera furta-cor,
de quase intolerável fulgor.
Borges, El Aleph


Uma visão rápida à situação atual põe em evidência duas tendências importantes no campo da arte. Por um lado, uma crescente profissionalização dos espaços, instituições, mercados e finalmente da produção artística em si. Por outro, um desenvolvimento dos espaços voltados à estruturas mais complexas e abrangentes. É sobre a mesma base de ambas tendências que a proposta do LiMac adquire sentido e contundência.
No primeiro caso, a tendência mundial das galerias, centros de arte, museus, feiras e bienais voltadas à profissionalização estabelece um padrão que põe em evidência nossas carências locais. A falta de espaços devidamente articulados e instituições que possibilitem uma racionalização e assimilação da produção local em termos de uma construção da imagem presente e das condições para que a mesma realize uma passagem à sua conversão em memória e substrato de uma produção futura, foi identificado, em nosso meio, pela ausência de um ha muito tempo prometido e até agora quase utópico museu de arte contemporânea. Neste sentido, o LiMac evidencia esta carência e sinaliza com certeza e ironia aquilo que nos falta.
No segundo caso, a tendência constante a desviar estes espaços de um sentido das obras individuais como um objetivo da produção para um horizonte do discurso artístico em direção a espaços mais complexos, com uma série de obras, exposições completas e até conjuntos de exposições - como é o caso das bienais articuladas tematicamente, por exemplo - abrem a possibilidade de considerar o LiMac, ao museu em si, nos mesmos termos, ou seja, como uma instância de enunciação, como uma obra de arte em si mesma.
Ambas tendências, como resulta evidente, confluem para fazer do LiMac uma dupla necessidade: por um lado como espelho para que possamos ver nossa nudez institucional e por outro como imagem da complexidade e de uma classe que pode e deve adquirir ao menos parte da criação contemporânea: se não existem os espaços e nem os discursos capazes de gerar-los, esta é precisamente a tarefa (ou pelo menos uma das tarefas urgentes) da criação atual.

Espaço de Apropriação

Este não obstante, o projeto do LiMac não é simplesmente um jogo engenhoso nem mais um discurso crítico. Sua solução, por dizer de alguma maneira, não reside somente na contundência da crítica ou da evidência das carências trazidas à tona. Ao contrário, se assenta em uma sorte de condensação do sistema da arte que faz possível abordar tudo em um mesmo espaço. Um pequeno aleph do universo artístico. (na literatura, o escritor argentino Jorge Luís Borges denomina de "Aleph" o ponto de onde é possível se ver todos os outros pontos do universo)
Frente às tendências que buscam expandir os domínios da arte, levar a arte para as ruas ou intervir artisticamente em espaços públicos com o afã de estender um sistema de valores estético e crítico a outras esferas da sociedade, o LiMac trabalha melhor voltado para dentro: ao invés de apropriar-se de novos espaços, estabelece, no mesmo seio das instituições artísticas, um espaço de apropriação do sistema da arte em seu conjunto.
O LiMac já tem sido um museu dentro de um museu e agora, tal como em sua fundação em 2002, volta a ser um museu em uma galeria. Se apropria do espaço das salas de exposição como qualquer obra, mas ao fazer-lo, e sem por isso deixar de ser um museu, se converte em objeto - se tematiza a si mesmo - com o que exerce uma espécie de força gravitacional que arrasta tudo que está fora do interior destas salas: Aqui estão as obras, mas nestas obras há reproduções de outras obras. E nas reproduções, estas obras originais e os olhares que as contemplaram. E estão as instituições que expuseram as obras e quem as converteu em publicações. E estão também os que fizeram as obras e as reproduções. E com eles o sentido tanto de fazer as obras como de haver-las exposto e reproduzido. O mundo da arte inteiro se reúne aqui, entocado, atrás destas obras. Ainda que nos perguntemos se somos nós que nos escondemos atrás delas para espiar este mundo complexo que está lá fora, aqui dentro.
E este efeito de condensação abarca cada vez mais. Assim o atesta a diversidade de procedência destas novas aquisições, a relevância que adquirem no contexto desta mostra as linguagens as quais apelam, os interesses e questionamentos que evidenciam, e há que dizer, o caráter no final das contas insondável de seu ser obras de arte. Também o atesta o projeto arquitetônico surgido do interesse dos membros do estúdio Produtora no LiMac, uma concepção do espaço do museu como algo que se experimenta mas cuja moldura, cuja arquitetura, não se pode ver, como o próprio LiMac.

Longe da Entropia

Para qualquer um resulta evidente que não é a mesma coisa ver uma obra reproduzida em algum meio. Uma série de características ( que não tem a ver necessariamente com a reprodução mecânica ) fazem de ambas experiências algo diferente. Seguindo os mesmos cânones, haverá que concordar ( se é que a experiência não resulta suficiente) que também não é o mesmo ver uma obra que reproduz o original como sua reprodução. Não é necessária uma longa reflexão para constatar que aqui não há entropia. O que poderia parecer uma inevitável gradiente de perda de aura resulta rebatida pela experiência. Nestas reproduções não há entropia nem perda de aura, porque nelas se instaura uma nova legitimidade que, no momento em que perde - num certo sentido- realidade, ganha, em outro, uma realidade diferente, ainda que conectada com a original. Trata-se de uma passagem, uma nova encarnação, música nova feita em parte - mas só em parte - do eco de melodias anteriores.
O gesto, o pincel e a mão devolvem realidade ao objeto, a imagem virtual, mas que neste momento trasladam, por dizer de alguma maneira, seu centro de gravidade , para que já não falem apenas de si mesmas o daquilo que falam originalmente, senão que incluam também no que conseguem dizer, o rastro do caminho que as há levado a ser - novamente - o que eram, mas que sob o enfoque de que agora, de maneira totalmente nova, são parte do LiMac.
É neste ponto que no qual mais claramente o LiMac, como um projeto institucional que assume um discurso crítico se conecta com aquilo que parecia que havia deixado de lado: aquela concepção do artístico endividada com a representação, com a precisa delicadeza da destreza manual, com o sentido do discurso artístico concebido ao interior e somente ao interior dos limites do bastidor de um quadro. Esta ênfase no ato de pintar como um espaço e tempo próprios, em princípio alheios à institucionalidade, à crítica aos discursos ( se tal coisa fosse possível) é um convite a outra forma de compreender a experiência artística: a da contemplação. Ou seja, uma dimensão na qual não importa do quê se apropriam os quadros nem se fica resumido entre pincelada e pincelada, porque o que importa é a pincelada em si mesma e a dimensão que abre à consciência.

O museu que não podemos ver nos arrasta ao seu interior, nos faz participantes da necessidade de sua existência e do que sua carência nos faz padecer, nos mostra obras que não vamos ver e nos abandona aí, a contemplar-las, como para deixar-nos pensando qual é nosso lugar nisto tudo....

Carlo Trivelli



FONTE : Galeria Leme em 15.04.2010


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28/11/2006 - 19h00
Peruana Sandra Gamarra faz releitura de artistas brasileiros contemporâneos


GEISA AGRICIO
Da Redação

O único contato que a peruana Sandra Gamarra teve em sua formação com obras de artistas brasileiros contemporâneos foi teórico, através de livros e catálogos. Baseada nessa percepção, a artista plástica radicada em Madri elabora releituras de obras de nomes como Sandra Cinto, Vik Muniz, Leda Catunda, Iran do Espirito Santo e Nelson Leirner. O resultado de suas "cópias" é apresentado na sua mostra primeira individual no país, "Aquisições Brasileiras", em cartaz a partir desta quarta (29), na Galeria Leme, em São Paulo.

Gamarra utiliza o processo introdutório aos estudos de artes, da observação e reprodução do modelo, para traçar questionamentos sobre a arte contemporânea. Com suas releituras, a artista peruana coloca em discussão as relações de autoria, e elabora crítica a quem considera o cenário da arte das sociedades periféricas, como a América Latina, como mero observador das vanguardas européias e norte-americanas.

"Quando morava no Peru, minha primeira formação em arte foi a de observar reproduções - seja em livros, catálogos ou, posteriormente, através da internet - por não haver em nossos museus grandes coleções de clássicos. Depois de visitar Nova York e ver as obras de perto, tive esse desejo afetivo de resgatar essa experiência com a reprodução", conta a artista.

Assim, ela começou a fazer suas próprias "reproduções" numa seleção pessoal de retratos realistas, tendo como único interesse de suporte a pintura: "A bidimensionalidade me é inerente: mesmo quando conhecia objetos, como esculturas, meu contato com os livros me dava uma leitura plana", explica.

A artista afirma ainda que apesar da extrema fidelidade com que reinventa as obras que seleciona, impõe a impressão pessoal no ato da escolha, e que se vê mais como produtora do que ínterprete. "Não existe cópia fiel, jamais será como o original, então cada obra que me proponho a fazer traz como resultado algo completamente distinto, dessa maneira se trata de um reinvento, uma nova obra. Por isso elejo como títulos as referências bibliográficas das páginas dos catálogos, dando ao público apenas pistas, para que o trabalho não seja reduzido à comparação ao original", conclui.

A idéia de debater a falta de acervos densos nas instituições de arte latino-americanas levou Gamarra a criar o projeto LiMac (Museu de Arte Contemporânea de Lima), um museu imaginário cuja coleção se baseia em suas releituras. O conceito é o de acumular simbolicamente para a capital peruana uma plataforma de acesso à arte, alertando e ironizando, através de sua seleção afetiva, as lacunas da valorização da arte contemporânea em seu país.

Sandra Gamarra, que já participou de exposições em Santander, Lima, Washington, Londres, Estocolmo, Nova York, Caracas e Bogotá, mostra-se encantada com sua primeira visita ao Brasil. Diz desejar um dia integrar uma edição da Bienal de São Paulo e revela surpresa pelo interesse do público em exposições de arte contemporânea.


fonte : Uol em 28.11.2006




Fonte cda

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