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Artista Rita Lessa
Biografia Rita Lessa é uma artista múltipla em suas vertigens. Pinta, escreve, faz, refaz, inscreve sua marca no mundo. Sua escrita é o conjunto de sua criação. Inscrição que é estilo, estilete a destacar o essencial.

Lápis, tinta, caneta, papel de embrulho, almofada, bolsa, muro - meios e suportes diversos onde sua arte se delineia. Pinturas ou escritas que engendram uma superfície da memória afetiva.

Foi a visão de um tio materno na virtuosa arte do desenho, bem como a de um estranho num fundo de escritório de posto de gasolina, pintando com tintas Águia, que lhe soaram como uma condenação ao essencial, ainda na mais tenra idade. Condenação que acabou por se tornar uma radicalidade, um corte em si, assim como escrever - sua danação e seu júbilo. Diz Blanchot: "Escrever é cortar o infinito com palavras". E, mais ainda: "O poema parece reduzido ao fio do puro lampejo quando é escrito. Ele é o corte puro de uma decisão, uma inscrição no mundo".

Com 16 anos de idade, Rita Lessa já era ilustradora de uma editora/gráfica e atuava como free-lancer para periódicos, revistas, jornais. Na Escola Guignard, onde fez Artes Plásticas, teve Amilcar de Castro como professor. Dos encontros decisivos em sua formação está também seu esbarrão produtivo com Lygia Pape.

A artista mineira seguiu em sua inventação poética, escrevendo personagens em letras quase rupestres a nos inquietar, em desenhos de outros mundos que nos chegam de seu desassossego artístico, recriações dos acontecimentos mais banais do cotidiano, a quem ela dá sempre alguma ascenção, um lugar de brilho singular, de invenção rara.

De sua escrita poderosa pode-se vislumbrar o reverso das coisas. Do uso (absolutamente) particular que faz da linguagem, ela invoca a coisa ausente, a dilaceração que é própria da palavra e, como ato de feitiçaria, torna o ausente presente.

Seu material é o tecido, mas também a parede de rua, o papel de pão, a folha da agenda, do caderno. Flerta com o design, faz intervenções urbanas, escreve em tapumes pontes de palavras para atravessar o rio agitado de sua existência. Escreve por urgência, por fixação, para descobrir o mundo selvagem e transbordante que há no cotidiano, sob uma luz diferente.

De seu ateliê e de sua criação tão múltipla, quanto incessante, surgem produções de todos os tipos. A única regra parece ser a verdade - sustentar o avesso daquilo que é conhecido com familiaridade. Em seu universo, as frutas têm uma estranheza tropical de traços violentos - folhas de bananeira, cajus, animais e elementos brasileiros - que remetem à outra artista, igualmente mineira e inquieta: Maria Martins, com seus deslocamentos, convulsões e referências à cultura brasileira.
Fonte http://www.ritalessa.art.br/

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