Rafael Murio

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Artista Rafael Murio
Biografia Rafael Murió

Rafael Murió
Rafael Murió teve aulas com um professor que era extremamente acadêmico e clássico, sob todos os sentidos. Qualquer tentativa mais ousada merecia uma régua na mão dos alunos, todos ao redor de uma grande mesa de madeira sob a supervisão do mestre rigoroso. Nessas aulas aprendeu muitas técnicas mas o seu espírito romântico não se deixou render. Para Rafael Murió a pintura não é uma retrato do mundo mas uma interpretação. Para ele, o artista não mostra o que vê. O artista mostra o que sente. Ao classicismo do seu aprendizado, fez contracenar o romantismo de sua personalidade sonhadora. Rafael é inspiração e arte. "A arte é a ferramenta que nos ajuda a sonhar, a reproduzir o que sonhamos e a nos inspirar para tornar físicos tais sonhos." (Vilson Vieira da Silva Junior)


Seus quadros nascem de uma visão que chega do interior. A inspiração pode apresentar-se através do ambiente, de fotografias em revistas, cinema, qualquer coisa, mas chega com vida independente, elaborada inconscientemente. Impõe-se com a força das coisas da alma e ele não questiona nada disso. Apenas deixa-se arrebatar por essa força e faz dela uma aliada. Talvez por esse surgimento instintivo os seus quadros sejam possuídos desse vigor que salta aos olhos. As telas de Rafael tem a força de um sopapo bem aplicado, mesmo os temas sendo extremamente tradicionais, como flores, paisagens ou marinhas. Como pode? Sei lá! Perguntem ao Rafael.



As paisagens não possuem aquele encanto do sonho de que um personagem pode surgir a qualquer momento, como em Marco Ricci, por exemplo. Essa questão não se insinua. Ao contrário. A cena parece definida e resolvida. No lugar disso surge uma outra força extremamente eficaz, a presença marcante de entidades, frequentemente flores, que gritam e exigem atenção. Essas entidades assumem o papel principal dentro da paisagem e configuram o registro vivo e marcante da sua participação. Nenhuma preocupação em interpretar a realidade. Rafael Murió é um homem de emoções. Não se trata da realidade, mas de sonhos. Segundo Vilson Junior, "quando não soubermos mais diferenciar realidade de sonho, teremos evolução sem antecedentes, chegaremos a um estado caótico, com um número infindável de mundos pessoais paralelos ao nosso mundo físico, cada um com as customizações de cada indivíduo. Poderemos compartilhar estes mundos, torná-los nossa realidade, ampliando nossas capacidades." O artista faz isso. Tirando a questão do caótico, Rafael transforma os sonhos em realidades.



Um dia resolveu abrir uma agencia de propaganda. Deve ter dado certo porque o negócio funciona já faz 34 anos e nenhuma empresa sobrevive tanto tempo só de brincadeira. A PROCENGE, que nos patrocina, por exemplo, já vai com 35 anos e isso tem um peso significativo. No caso de Rafael Murió, dentro da empresa está o seu ateliê, de modo que o artista está sempre presente no cotidiano do profissional de propaganda. Mesmo não se sentindo obrigado a pintar todos os dias, enfrenta qualquer necessidade surgida por encomendas, por uma exposição, leilão de arte, essas coisas que compõe o ambiente comercial do artista. Foi necessário, ele pinta. Deve pintar então quase todos os dias porque Rafael Murió tem quadros nos quatro cantos do mundo, espalhados por aí nos lugares mais insuspeitados. No momento está trabalhando intensamente o mercado americano e australiano.


As flores de Rafael apresentam-se em três dimensões bem nítidas. Quase nunca usando pinceis ele imprime uma maneira própria de espalhar a tinta em camadas grossas superpostas que emprestam a tela uma tridimensionalidade muito interessante. É esse vigor que o distingue e nos faz pensar que ele trabalha como se estivesse fazendo modelagem em uma tela. O efeito é impressionante e vivo. Esse modo de pintar aparece na maioria dos temas mas é nas flores onde mais se sobressai, onde se apresenta da maneira mais vigorosa e viva. É interessante notar também que nas paisagens, as flores assumem um papel predominante, mais forte que a luz ou que a cena. Rafael está intimamente ligado a essa questão das flores. É um caso de amor que ele não pode deixar de confessar. A mulher dele deve sentir ciúmes. "Flores outra vez, Rafael!!!. Larga disso!" Mas ele não larga.



Dentro desse contexto surgem dois outros temas recorrentes e que parecem incoerentes. Rafael pinta temas religiosos, onde prevalece a imagem de Cristo e cenas de lutas de boxe, com sangue e violência. Esse bicho homem é mesmo capaz de emoções que se contradizem e se confrontam. Das flores para o boxe há uma passagem muito distante mas o artista parece transpor essa distancia sem dificuldade. O boxe, por muitos considerado uma arte, também merece de Rafael Murió a mesma superposição de cores que procura atingir uma atmosfera, um ambiente que o artista persegue. Nessa conjuntura, onde frequentemente coloca violência e sangue, Rafael talvez use os mesmos movimentos para colocar e espalhar a tinta mas embora se perceba a mesma técnica, o efeito é muito diferente.



O boxe foi uma experiência passageira e em continuidade. As cenas religiosas surgiram desde tempos esotéricos de pinturas em grupo e permanecem até hoje. Segundo Rafael, se a Coca Cola existisse no tempo de Cristo, estaria presente na crucificação - marketing

As pinturas religiosas são talvez fruto de uma necessidade interior e ele da muita importância a esse aspecto. A forma de trabalhar difere, nesse instante. A necessidade de traduzir o sofrimento através da presença de sangue permanece. Torna-se, na verdade, uma característica marcante e indelével. Ma desenvolvendo esse tema Rafael substitui as camadas por contornos, talvez pela necessidade de deixar bem determinado os personagens. O fato é que muda o artista. Onde se sai melhor? Claro que as opiniões irão diferir porque é próprio da raça humana essa variedade na forma de perceber e sentir. Para nós as flores são significativamente mais incisivas, poderosamente mais contundentes. O tema nem está entre os nosso preferidos mas no caso de Rafael Murió o impacto é mais definitivo do que as pancadas nas lutas de boxe.


Fonte : Cyberartes

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Fonte Cda

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