| Biografia |
Nasce em Barcelona, em 1916. Estuda na Escola de Belas Artes e passa a primeira juventude em Terrassa, consolidando sua formação artística. Retorna a Barcelona onde cria e promove o grupo de artistas de vanguarda "Els Blaus de Sarriá". Tort cuida da entidade, organiza tertúlias artísticas e exposições de pintura, com colaboração e mecenato do poeta J.V. Foix. Cultiva intensa amizade com o escultor Yepes e com o pintor Torres Garcia, que vai influenciá-lo na fase construtivista. Aí nasce o movimento de vanguarda barcelonesa, salientando-se Tort como um dos principais renovadores da arte espanhola na década de 1940.
No ano de 1946, com a mostra "Três pintores e um Escultor" (Puig, Pons, e o escultor Boadella) Tort expõe sua obra vanguardista, de onde se originaria, em 1948, o movimento "Dau al Set". No mesmo ano está presente com outros artistas, entre eles Cuixart e Tàpies, no I Salón de Octubre, em Barcelona. Participa de exposições em Madrid e em Terrassa.
Em 1952 decide mudar-se para o Brasil a fim de poder continuar trabalhando no campo da abstração, o que na época se fazia inviável na Catalunha. No Brasil inicia um processo de síntese entre os elementos incorporados da cultura européia e os que o novo ambiente lhe proporciona.
Instala-se em São Paulo, onde participa das Bienais de 1963 e 1967. No ano de 1963 retorna a Barcelona para uma exposição individual na Galeria Belarte. Uma forte amizade o une ao poeta Joan Brossa, que lhe reserva um pequeno atélier ao lado do seu, para futuras estadias em Barcelona.
Em 1964 inaugura em São Paulo uma sala de exposições e no mesmo ano, sob o nome "Plasticart" introduz no país a tinta plástica para artistas pintores, na época ainda desconhecida no Brasil. Artistas europeus radicados em São Paulo freqüentavam essa sala, a procura desse material tão inovador que a partir de então Tort jamais deixa de utilizar. Em seus primeiros anos de São Paulo, combina a pintura com esse trabalho, deixando-o após algum tempo, quando passa a viver exclusivamente de sua arte.
Expõe em São Paulo nas Galerias Ambiente, Astréia, Bonfiglioli, Tema e Documenta. Participa dos I, II e III Salões Paulistas de Arte Contemporânea e dos I, II e III Panoramas da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna, em São Paulo. Participa de exposições em outros estados do Brasil e em outros países, como França, Japão, Suíça, Mônaco e Espanha. Em 1992 inaugura uma grande retrospectiva em Terrassa (Barcelona). Significativas obras suas (17 quadros) podem ser encontrados no Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA), no Museu Paul Klee de Berna (Suíça) e, em São Paulo, na Pinacoteca do Estado, na Fundação Armando Álvares Penteado e no Museu de Arte Moderna.
Pedro Tort continua vivendo em São Paulo, no bairro de Higienópolis, onde trabalha e expõe sua extensa obra.
Por ocasião da XXI Bienal de São Paulo, Maria Luìsa Borras (apresentadora da retrospectiva de Tort em 1992) visita e entrevista o artista em seu atélier, e assim o descreve:
"Seu atélier, no centro de São Paulo, é um espaço luminoso e amplo, que reparte com a escultora Dulce Lisboa. Todo ordem, serenidade e beleza, esse ambiente, isolado da vertiginosa cidade, cria um ar tão europeu de cultura, que me pareceu por um momento que me encontrava em Paris."
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