Artista Paulo Bruscky - Paulo Roberto Barbosa Bruscky
Biografia Foto do Artista - Leo Caldas/Divulgação

Bruscky, Paulo (1949)



Biografia

Paulo Roberto Barbosa Bruscky (Recife PE 1949). Artista multimídia e poeta. É pioneiro, no Brasil, na arte xerográfica e postal. Realiza filmes, vídeos e vários livros de artista, além de organizar diversas exposições coletivas de artistas envolvidos com esse tipo de trabalho; a 1ª Exposição Internacional de Arte Postal, no Recife, em 1975; e Artedoors, a primeira exposição internacional de arte em outdoors nessa cidade, em 1981. Em 1976 organiza, junto com Daniel Santiago, a 2ª Exposição Internacional de Arte Postal, que é fechada pelos militares brasilerios. Esse tipo de perseguição e censura vigora em toda a América Latina até 1980, quando a arte postal volta a se fortalecer, ganhando em 1981 uma sala especial na 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na qual Paulo Bruscky é um dos expositores. Nesse ano, recebe prêmio da Fundação Guggenheim, e passa a desenvolver suas pesquisas em Nova York e em Amsterdã. O artista possui importante coleção de livros de artista, vídeos, envios postais e filmes, além de obras de sua autoria que nunca foram expostas, como o trabalho que lhe rendeu o 1º Prêmio no Salão de Pernambuco, em 1969, intitulada O Guerrilheiro, e retirada da exposição por ordem do exército.


Atualizado em 08/04/2005
fonte : Itaú Cultural

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paulo bruscky
Artista voltado, desde os anos 70, para as ações da vanguarda e do experimentalismo.

Tem realizado projetos de performance, instalação, intervenção, vídeo e linguagens multimídia.

Em 1981 recebe a Bolsa Guggenheim de Artes Visuais, residindo por um ano em Nova Iorque. Suas experiências com arte-correio, áudio-arte, vídeoarte, artdoor e xerografia/faxarte, são apontadas como pioneiras dentro das discussões acerca da utilização de novos meios na arte brasileira.

Possui importante acervo documental acerca das vanguardas artísticas do pós-guerra, incluindo trabalhos originais do Grupo Fluxus e Gutai (Japão), tendo mantido correspondência regular com alguns de seus membros.

É reconhecido como um dos mais importantes renovadores da cena artística contemporânea do Recife. No período de 1979 a 1982 realizou 30 filmes de artista/videoarte. Em 1980, inventou os "xerofilmes", que são filmes feitos a partir de imagens xerográficas, abrindo um novo campo para o desenho animado e o cinema experimental.

A partir de 1983 iniciou suas vídeo-instalações e já participou de 60 mostras realizadas no Brasil, Itália, Canadá, USA, Venezuela, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Portugal e Espanha. "Paulo Bruscky, no Recife, inclui pela primeira vez o vídeo em seu aspecto multimídia em 1979-1980". (Walter Zanini)

In: "A Arte no Século XXI: A Humanização das Tecnologias", Diana Domingues / organizadora - São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997.

No Brasil, toda a primeira geração de criadores de vídeo era constituída de nomes em geral já consagrados no universo das artes plásticas ou em processo de consagração, como foram os casos de Antonio Dias, Anna Bella Geiger, José Roberto Aguilar, Ivens Machado, Letícia Parente, Sonia Andrade, Regina Silveira, Julio Plaza, Paulo Herkenhoff, Regina Vater, Fernando Cocchiarale, Mary Dritschel, Paulo Bruscky e tantos outros." (Arlindo Machado)


fonte : MAM/SP


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SOBRE O ARTISTA

Paulo Bruscky (Recife, 1949). Vive e trabalha em Recife.

Artista voltado, desde os anos 70, para as ações da vanguarda e do experimentalismo.

Tem realizado projetos de performance, instalação, intervenção, vídeo e linguagens multimídia.

Em 1981 recebe a Bolsa Guggenheim de Artes Visuais, residindo por um ano em Nova Iorque. Suas experiências com arte-correio, áudio-arte, vídeoarte, artdoor e xerografia/faxarte, são apontadas como pioneiras dentro das discussões acerca da utilização de novos meios na arte brasileira.

Possui importante acervo documental acerca das vanguardas artísticas do pós-guerra, incluindo trabalhos originais do Grupo Fluxus e Gutai (Japão), tendo mantido correspondência regular com alguns de seus membros.

É reconhecido como um dos mais importantes renovadores da cena artística contemporânea do Recife. No período de 1979 a 1982 realizou 30 filmes de artista/videoarte. Em 1980, inventou os "xerofilmes", que são filmes feitos a partir de imagens xerográficas, abrindo um novo campo para o desenho animado e o cinema experimental.

A partir de 1983 iniciou suas vídeo-instalações e já participou de 60 mostras realizadas no Brasil, Itália, Canadá, USA, Venezuela, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Portugal e Espanha. "Paulo Bruscky, no Recife, inclui pela primeira vez o vídeo em seu aspecto multimídia em 1979-1980". (Walter Zanini)


Exposições Individuais

2008
Paulo Bruscky, Galeria Cilindro, Campina Grande, Brasil

2007
Ars Brevis, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo MAC/USP, São Paulo, Brasil
De Homens, Máquinas e Sonhos, Galeria de arte Amparo 60, Recife, Brasil

2006
Caution, Work in Progress 1980, Galeria Pierre Verger, Salvador, Brasil

2005
Paulo Bruscky: Poemas visuais, Galeria Sechiisland´s Micro Gallery, Rio Claro, Brasil
Projetos e Propostas, Galeria Iberê Camargo do Centro Cultural Usina do Gasômetro, Porto Alegre, Brasil

2003
A Mostra Grátis: especial Paulo Bruscky, Espaço Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, Brasil

2002
Agora Agora/Agora Rio de Janeiro, Agência Agora, Rio de Janeiro, RJ
Ima/gens, Galeria Vicente do Rego Monteiro, Recife, Brasil

2001
Entre a Arte e o Sonho, Observatório Cultural Malakoff, Recife, Brasil


Principais Exposições Coletivas

2008
Panorama dos Panoramas, MAM/SP, São Paulo, Brasil
Arco, Instituto Feira de Madri, Madri, Espanha

2007
Futuro do Presente, Itaú Cultural, São Paulo, Brasil
Anos 70 - Arte como Questão, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil
Tecnopoéticas, Espaço Cultural Marcantonio Vilaça, Brasília, Brasil
Jardim do Poder, Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB/DF, Brasília, Brasil

2006
Sinais na Pista, Museu Imperial, Petrópolis, Brasil
Arte e Neurociência, Centro de Convenções de Pernambuco, Recife, Brasil

2005
O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural, São Paulo, Brasil

2004
Emoção Art.ficial 2.0: divergências tecnológicas, Itaú Cultural, São Paulo, Brasil
26ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal, São Paulo, Brasil
Coleção Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Mamam, Recife, Brasil

2003
Arte e Sociedade: uma relação polêmica, Itaú Cultural, São Paulo, Brasil
A Subversão dos Meios, Itaú Cultural, São Paulo, Brasil
Ver de Novo/Ver o Novo, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - Mamam, Recife, Brasil
Imagética, Casa Romário Martins, Curitiba, Brasil

2002
27º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM/RJ, Rio de Janeiro, Brasil J
Brazilian Visual Poetry, Mexic Arte Museum, Austin, EUA
27º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM/BA, Salvador, Brasil
Caminhos do Contemporâneo, Paço Imperial, Rio de Janeiro, Brasil

2001
27º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM/SP, São Paulo, Brasil
Prêmio Sergio Motta, São Paulo, Brasil
2001 Mistura + Confronto, Estação Elétrica do Freixo, Porto, Portugal
(quase) Efêmera Arte, Itaú Cultural, Campinas, Brasil

2000
Arte Conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC/USP, Galeria de Arte do SESI, São Paulo, Brasil
Situações: arte brasileira anos 70, Fundação Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, Brasil
Libr Art - Mail Art Show - 13e Salon International dArt Contemporain, Libramont, Wallonie, Belgica
Exposição Internacional de Poesia Visual - Centro de Arte Moderna, Quilmes, Argentina

1999
Second Wrap - A Mail Art Project for Christo; Tauberturm In Diessen on Ammersee, Germany

1998
A Point of View - Visual Poetry: The 90s, The Kalinigrad State Centre for Contemporary Art, Russia
La arte de los libros de artista, Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca, México

1997
3 Salon Internal Du Collage a Paris, Artcolle, Paris, França

1996
II Bienal de Arte y Comunicación a Distancia - Casa Del Arte El viejo módulo - Santa Cruz", Pedregal, Panamá
One-Man Exhibition "Rubber Stamp", Stamp Art Gallery, San Francisco, EUA
Homage to Ray Johnson, Mail Art Show, Warhol Family Museum of Modern Art, Medzilborce, Eslováquia

1995
PISA 95, Palazzo Gambacorti, Pisa, Itália
Visual Art Poetry 1985-1995, Balaton Museum, Budapeste, Hungria

1994
Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal, São Paulo, Brasil
Via Fax, Museu do Telephone, Rio de Janeiro, Brasil
Fax Heart, Fax Art Show, Xerox parc, Palo Alto, CA, EUA
Flux, fax and fun, Henice, Noruega

1993
Montage 93 International Festival of the Image - Mercer Gallery, Monroe Community College, Rochester, NY, EUA

1992
Juan Gris. Una Mirada Tecnológica, Fundación de Arte y Tecnologia de Madrid, Madri, Espanha

1991
Projeto: 100 anos de Paulista, Casa das Rosas, São Paulo, Brasil

1989
20ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal, São Paulo, Brasil

1988
1ª Mostra Internacional de Poesia Visual de São Paulo, CCSP, São Paulo, Brasil

1987
Palavra Imágica, MAC/USP, São Paulo, Brasil

1986
7th International Impact Art Festival, no Kyoto City Museum, Kyoto, Japão

1985
Tendências do Livro de Artista no Brasil, Centro Cultural São Paulo - CCSP, São Paulo, Brasil
Arte Novos Meios/Multimeios: Brasil 70/80, MAB/Faap, São Paulo, Brasil
8º Salão Nacional de Artes Plásticas, MAM/RJ, Rio de Janeiro, RJ
Tendências do Livro de Artista no Brasil, na galeria de arte da Universidade Federal Fluminense - UFF, Niterói, Brasil

1984
Arte Xerox Brasil, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil
15º Panorama de Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, São Paulo, Brasil
Intervenções no Espaço Urbano, Galeria Sérgio Milliet da Funarte, Rio de Janeiro, Brasil

1983
Xerografia: amostragem brasileira, Galeria Campus da USP, Ribeirão Preto, Brasil
36º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, Museu do Estado de Pernambuco, Recife, Brasil

1981
16ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal, São Paulo, Brasil

1980
Xeroxarte, Museu do Estado de Pernambuco - MEPE, Recife, Brasil

1977
Poéticas Visuais, MAC/USP, São Paulo, Brasil

1976
Aquisições e Doações Recentes, MAC/USP, São Paulo, Brasil
1º Arte Agora, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, Rio de Janeiro, Brasil

1973
22º Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, Brasil
30º Salão Paranaense, Teatro Guaíra, Curitiba, Brasil

1969
28º Salão Anual de Pintura, Museu do Estado de Pernambuco, Recife, Brasil
2º Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - Margs, Porto Alegre, Brasil


Coleções Públicas

Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, Recife, Brasil
MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil



TEXTOS CRÍTICOS

OIeSIS BRuSCKy
Adolfo Montejo Navas - 2009

"A arte tem deixado de ser uma conclusão; ao contrario, é um pressuposto".

Toni Negri

Take I

Toda a obra multiforme e plural de Paulo Bruscky, além de promover uma escritura feita com signos próprios, não cadastrados pelo Grande Costume nem pela coisificação cultural, representa uma das maiores expansões de escrita ampliada dentro da arte brasileira e internacional, em parte pela condição do artista de poietes -de fazedor originário de imagens-, em parte pela convivência contínua com elementos textuais (que podem ser letras, palavras, frases, que atingem um resultado icônico), mas sobretudo por demonstrar que a função poética deste corpus é agenciadora de fluxos exteriores à textualidade: criação de linhas de fuga estéticas que não eliminam devires éticos, formulações críticas que conseguem articular princípio de realidade e a sua manipulação lúdica, de jogo.

O que sempre se evidencia em seu trabalho é a abertura dos limites discursivos e representacionais, nos quais os registros/suportes/meios são os campos deflagradores de uma postura (uma poética), que delata essa filiação primigênia com o conceito transversal de poiesis -de criação de linguagem, de uma cosmovisão de mundo, sempre dentro daquela "partilha do sensível" que a arte constitui, reconfigura até como posição política -de experiência- ante o mundo. Estamos falando, então, de uma poética contaminada que não esconde a raiz de seus conteúdos ou intenções, que transpira uma vinculação com as diversas instâncias da vida, sem querer ficar presa nelas nem fazer sociologia; sendo um "sensorium diferente daquele da dominação" (como diz Jacques Rancière), com formas/ações que questionam a realidade. Toda essa perspectiva simbólica de seu trabalho dinamiza -e areja- as formas/objetos/propostas visuais que são apresentadas, como se evitasse os perigos da mera denotação de informações e mensagens, nas estritas características ou propriedades físicas dos objetos de arte colocados em circulação; e não se demorando muito na perfeição de alguma coisa para manter a liberdade na ativa: "Arte de meu tempo. Tenho pressa" (E-mail art).

De fato, como outros significativos artistas brasileiros, Bruscky segue também o preceito da quantidade como alimento e élan vital (que tanto Villa-Lobos promovia), o que explica que suas volumosas agendas bancos de ideias sejam até agora viveiros de trabalhos a serem feitos, projetos que esperam momentos de possível realização (ainda que o próprio artista deixe claro que "eu só acredito em reencarnação porque tenho muitas ideias para uma vida curta"). 1

Take II

Neste cruzamento quase promíscuo de códigos estéticos, e no qual "a arte é um meio sem lugar" (Pedro A. Cruz Sánchez), a poética de Paulo Bruscky está mais interessada em criar relações que ordens visuais; não legitima, portanto, essência e sim relação, ou a tensão dos limites se pauta como campo de trabalho, como condição e contexto. Daí também a versatilidade de aproximações e mobilidade de linguagem/linguagens, assim como a atenção a diversos âmbitos de fronteira estética.

Alguns campos detectados por esta curadoria se orientam para o território do trânsito, de nossos movimentos. Na época vaticinada por Paul Virilo como idolatradora da velocidade, ou dos não-lugares, seguindo a Marc Augé e a sua categorização de espaços limítrofes, de todos e de ninguém, Bruscky vem aportando sinais que ironizam este status existencial, colocando na entrada da galeria uma obra-aviso: Atenção cuidado com o vão entre o trem e a palavra (2008), ou que pode ser, também, entre a linguagem e o mundo. Nesta linha imaginária, há uma declaração fundamental que nos convida a reconhecer e entrar no interstício de uma espreita estética.

Viagem numa paisagem de Magritte (1979), vídeo antigo que ganha uma instalação em sintonia dentro de um retrovisor, se soma a outras reflexões metalingüísticas, constantes no trabalho do artista: Arte passado a limpo (2008), O olhar dos críticos de arte I (1978) e II (2009), Poímã (2006) ou Homenagem a Klebinikov (2008).

Os trabalhos que articulam preocupações com o sistema da comunicação e a sua representação jurídica da realidade pertencem a outra vertente privilegiada desta mostra. O artista, sempre atento aos ruídos e efeitos perversos da entropia, da sobrecodificação factual de mensagens e sistemas de informação oferece outros registros/intervenções: Classificados (2007-2009), E-mail art (2000), que ecoam com a noção de rede. Neste âmbito, a instalação de Ensaios (2009) ganha destaque e coloca a informação como fragmento pulverizado e a sua escala representacional em outro regime de visualidade. O título e o tamanho humano dos tubos de ensaio abrigam uma situação paradoxal, e outra interpretação nada casuística. Como também o gigantesco Quebra-cabeças (2009) paródia a composição e semântica das notícias, seu lugar e forma (com ecos de lance de dados mallarmeano).

O meu cérebro desenha assim (2007), uma versão diferente do trabalho de 1976, recoloca a relação ciência e mente, sonho e desenho, numa máquina estética sui generis, que encantaria a Freud e a Goethe ao mesmo tempo. Os resultados gráficos e cromáticos desta performance-vídeo com o electroencefalograma guardam uma declaração libérrima da condição humana. Um trabalho que estaria, também, na fronteira do pós-humano: na especulação e diálogo entre a consciência e os sentidos.

Também correspondem a uma exploração psico-sensorial as emblemáticas instalações, Boa noite (2007) e Fontes (1982-2009). Ambas feitas como experiências sinestésicas: a primeira com sentinelas para matar mosquitos, um trabalho noturno, de visibilidade climática, que é um verdadeiro fogo-fátuo em seu ofício de cinzas. A segunda é um trabalho de ars sonora -outra vertente do artista- que projeta um imaginário de água de diversas fontes do mundo. O infinito que sempre contém a água adquire aqui forma finita: uma estrutura de alto-falantes que despeja sons como um chafariz imagético.

Take III

Contra o establishment cognitivo e semântico, na poética de Bruscky produz-se uma despragmatização da linguagem, de suas referencias codificadas, se promove uma expansividade, assim como existe uma tendência a tratar a imagem como evento, acontecimento e não mero objeto ou produto.

Se o seu interesse estético é meta-político (vejam-se os volumes do livro de artista Guia dos Estados do Brasil (2008), mapa metafórico da violência nacional totalmente encadernada) é porque tem na sua própria afirmação crítica, uma subversão perceptiva do mundo administrado, uma ontologia maleável a ser defendida que procede da "elaboração cooperativa do sentido", de nossa implicação. Arte relacional, vivente, de interseções, possível, alerta, que faz porosa a idéia de uma arte conceitual extra-muros que usa numerosos contextos e mediações para a construção de seus significados, e estreita nossa mais particular cumplicidade.

Rio de Janeiro, outubro de 2009


fonte ; Nara Roesler 10.04.2010
Fonte Cda

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