Biografia |
Duque, Gonzaga (1863 -1911)
Biografia
Luiz Gonzaga Duque Estrada (Rio de Janeiro RJ 1863 - idem 1911). Crítico de arte, romancista, contista, jornalista, cronista, historiador. Começa cedo a atuar no jornalismo. Em 1880, funda, com Olímpio Niemeyer, o periódico O Guanabara. Colabora na Gazetinha, de Arthur de Azevedo (1855 - 1908), em 1882, e, no ano seguinte, na Gazeta da Tarde, de José do Patrocínio (1854 - 1905). No ano de 1887, escreve artigos de crítica para A Semana com o pseudônimo de Alfredo Palheta. Em 1888 publica seu primeiro livro, A Arte Brasileira.
Funda em 1895 a Rio-Revista com Lima Campos. Escreve em 1898 Revoluções Brasileiras: Resumos Históricos, texto de história do Brasil que aborda, de maneira bastante avançada para a época, as diversas lutas populares pelo poder político, revoltas como a Cabanada, 1832, a Balaiada, 1838-1841, e a Guerra dos Farrapos, 1835-1845, e faz a descrição do Quilombo dos Palmares. Em 1899, publica o romance Mocidade Morta, que o faz reconhecido como uma das principais figuras da literatura simbolista no país.
Em 1901 funda as revistas Mercúrio e a simbolista Galáxia, esta com Lima Campos. Com ele e Mário Pederneiras (1868 - 1915) cria em 1908 a revista Fon-fon. Colabora em diversos periódicos: Brasil Moderno, Revista Contemporânea, O Globo, O Paiz, Diário de Notícias, Diário do Comércio, entre outros, usando muitas vezes pseudônimos como André de Resende, Amadeu, J. Meirinho, Diabo Coxo, o Risonho.
Gonzaga Duque trabalha ativamente na revista Kosmos, uma das mais importantes surgidas no meio intelectual e artístico do fim do século XIX, na escrevem figuras como Oliveira Lima (1867 - 1928), Arthur de Azevedo, Manoel Bonfim (1868 - 1932), Rocha Pombo (1857 - 1933), Capistrano de Abreu (1853 - 1927). A partir de 1907, assume as "Chronicas" que abrem a revista, até então assinadas por Olavo Bilac (1865 - 1918), em que comenta assuntos do momento, como o carnaval, a reforma urbana, a emancipação feminina.
Em 1909, é nomeado diretor da Biblioteca Municipal do Rio de Janeiro, cargo que exerce até falecer, em 1911. Publica Graves e Frívolos em 1910, reunião de artigos publicados na imprensa, em que faz a defesa da estética art nouveau.
Figura conhecida e atuante no meio artístico carioca, é retratado por diversos artistas, entre os quais Eliseu Visconti (1866 - 1944), Belmiro de Almeida (1858 - 1935), Rodolfo Amoedo (1857 - 1941) e Presciliano Silva (1883 - 1965).
Articula, em torno da revista Folha Popular, o primeiro grupo simbolista carioca, e convive com escritores e poetas como Leôncio Correia (1865 - 1950), Marcelo Gama (1878 - 1915), Bastos Tigre (1882 - 1982), Luís Delfino dos Santos (1834 - 1910), Dário Veloso (1869-1937) e Emiliano Perneta (1866 - 1921).
Seus contos reunidos no livro Horto de Mágoas, editado postumamente em 1914, revelam a influência dos escritores franceses Charles Baudelaire (1821 - 1867) e Stéphane Mallarmé (1842 - 1898). Outra edição póstuma é Contemporâneos, publicado em 1929, uma coletânea de críticas e crônicas publicadas na Kosmos.
Entre os arquivos de Gonzaga Duque estão duas novelas inacabadas, Sacrifício Inútil, título de um conto do seu livro Horto de Mágoas, e Sangravida, além de cadernos, anotações e uma vasta correspondência mantida com artistas como Visconti e Hélios Seelinger (1878 - 1965), o poeta Cruz e Souza (1861 - 1898), com quem planeja criar a Revista dos Novos, e o crítico Nestor Vitor (1868 - 1932).
Atualizado em 31/01/2007
|