Biografia |
O pintor Gerhard Richter, nascido em 9 de fevereiro de 1932, em Dresden, é considerado por críticos de arte o "Picasso do século 21". Ele é, sem dúvida, um dos pintores de maior sucesso na atualidade: suas obras se encontram nos museus mais importantes do mundo; trabalhos com sua assinatura alcançam preços recordes no mercado de arte. A revista Capital posiciona Richter, em sua "bússola da arte", no topo dos artistas vivos. O número de prêmios recebidos pelo artista no mundo inteiro é incontável.
Não há, no entanto, muitas coisas em comum entre Richter e Picasso. Embora também ame as mulheres, como o pintor espanhol - Richter está casado pela terceira vez -, ele evita mostrar-se em público. Quase não concede entrevistas e raramente é visto nos eventos glamorosos em que os artistas costumam circular. Nas ruas de Colônia, onde vive, dificilmente é reconhecido pelos passantes.
O alemão nascido no Leste do país e que vive há 40 anos na região da Renânia tampouco faz de sua biografia o centro de sua arte, como era o caso de Picasso. "Picasso era alguém que buscava seus motivos em sua vida particular, e isso por décadas a fio", afirma Dietmar Elger, biógrafo de Richter. "Gerhard Richter evitou isso por décadas a fio. E quando deu espaço para isso, sempre tentou camuflar", esclarece.
Desde cedo as contradições e as rupturas se tornaram marcas registradas da arte de Gerhard Richter. Representações realistas da natureza, pinturas "tremidas" a partir de fotografias, objetos de vidro e espelhos, instalações: é amplo o leque de seus trabalhos. O que muitos criticam como falta de continuidade ou falta de estilo é, na verdade, manifestação de um único intento: Richter está sempre pesquisando e experimentando com a realidade.
"Gerhard Richter é um dos artistas que conseguiram resgatar a pintura para o século 21. Já tivemos muitas vezes a situação de que a pintura foi considerada morta diante de outras técnicas, tais como a arte de ação ou a escultura", diz o biógrafo Egler. "Com sua pintura baseada em motivos da mídia, Richter encontrou uma forma de continuar se dedicando à pintura numa época em que todos pensavam que já não seria mais possível pintar."
Vitral para a Catedral de ColôniaO Arquivo Gerhard Richter, do acervo estatal de arte de Dresden, acaba de completar um ano. Seu diretor é o ex-secretário do artista e seu atual biógrafo, Dietmar Elger.Gerhard Richter conseguiu uma façanha rara: ser um artista reconhecido no Leste e no Oeste da Alemanha e gozar de fama mundial. Mesmo que ninguém o reconheça na rua.
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