Biografia |
Flávio Marinho Rego (1925-2001) pernambucano de Recife, muito jovem foi estudar arquitetura na cidade do Rio de Janeiro onde também construiu sua vida profissional. Formou-se em 1950 pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro ao lado dos amigos Marcos Konder Neto, Newton Mendonça, Belmiro Medeiros e Eduardo Sued, todos de uma geração de modernistas influenciados por Le Corbusier. Participou, enquanto estudante, da equipe do arquiteto Oscar Niemeyer, entre 1946 e 1949 e depois de formado trabalhou com o arquiteto Jorge Machado Moreira no escritório técnico da Cidade Universitária da Universidade do Brasil, e com Afonso Eduardo Reidy no Departamento de Urbanismo da Prefeitura do Distrito Federal do Rio de Janeiro participando dos projetos do aterro do Flamengo e o projeto "Monumento aos Mortos da 2ª Guerra/1956" no Rio de Janeiro.
Viajou por toda a Europa como bolsista do Governo Francês tendo estudado junto ao Ministério da Reconstrução da França por 2 anos. Neste período, fez cursos de história da arte na École du Louvre e de pintura na École D'Art de Gino Severini e na Academia Dela Grande Chaumière em Paris. Em seguida viajou à convite para Tchecoslováquia, Rússia e China. Abre escritório próprio em 1954 e entre seus inúmeros projetos, de vários fins e em localidades de todo o Brasil, destaca-se a Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ - em conjunto com o arquiteto Luiz Paulo Conde, englobando todas as atividades educacionais e sociais que integram o contexto universitário, além de equipamentos esportivos, institucionais e culturais. Pela sua importância, o projeto foi exposto, à convite, na Bienal de São Paulo.
Foi professor da Faculdade Nacional de Arquitetura da atual UFRJ, então Universidade do Brasil entre 1963 e 1973, fundador e professor titular do curso de Arquitetura da Universidade Santa Úrsula entre 1969 e 1974. Tem trabalhos seus publicados em diversas revistas. Foi membro do Conselho Superior do IAB em vários biênios. É autor de grandes projetos urbanísticos e arquitetônicos como o da remodelação da Praça XV no centro do Rio de Janeiro, do Campus Maracanã da UERJ, entre outros.
Na década de 80 retoma sua atividade como artista plástico, que fora interrompida desde 1960 por conta da dedicação exclusiva às suas atividades de arquiteto. Participa, então, de inúmeras exposições individuais e coletivas de suas pinturas por todo o Brasil, especialmente na cidade do Rio de Janeiro. Neste período produziu uma extensa coleção de obras, onde as referências às cidades ora se apresentavam em recortes que remetiam ao geométrico absoluto, ora apareciam de maneira mais difusa, em obras mais figurativas. Essa alternância entre o geométrico e o figurativo marcou sua produção.
As fases decorrentes dessa retomada das atividades de artista plástico foram por ele denominadas de Imaginária Digital. Na década de 90, cria a série Memória Urbana, onde representa com novas perspectivas as paisagens urbanas. Ao longo de sua trajetória, Flávio, que sempre buscou utilizar recursos e materiais advindos de sua formação como arquiteto, experimentando os mais diversos suportes, como tela, papel e madeira prensada, teve como última fase dessa série os experimentos em computador. Essa "pintura digital", iniciada em 1994, teve grande relevância para o artista. Segundo suas palavras, nela "sai o pincel e entra o mouse" e tinha como referência poética o livro Cidades Invisíveis, do autor Ítalo Calvino.
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