Artista Fernando Pacheco - Fernando Correa de Mello Pacheco
Biografia Pacheco, Fernando (1949)



FERNANDO PACHECO
( Fernando Corrêa de Mello Pacheco )
São João del Rei/MG, Brasil, 05/05/1949
Pintor e desenhista. Assinava FERNANDO PACHECO (até 1990). Atualmente assina FERN.PACHECO.


Prêmios
Em 1999, Bolsa Nascentes/Artes Plásticas em Belo Horizonte/MG.





Nascimento

1949 - São João Del Rey MG - 5 de maio

Formação

s.d. - Freqüenta o núcleo de Atividades de Arlinda Corrêa Lima

1959 - Rio de Janeiro RJ - Tem contato com o pintor Domenico Lazzarini (1920-1987)

ca.1970 - Autodidata

Cronologia

Pintor, desenhista, ilustrador



1955 - Belo Horizonte MG - Vive nessa cidade

1964/1975 - Músico profissional

1983 - Belo Horizonte MG - É homenageado com a criação do Espaço de Arte Fernando Pacheco no ICES


Atualizado em 25/10/2005

Itaú Cultural


----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Entrevista


As Sete Faces de Fernando Pacheco (JAB)





1) O que representa a inquietude do universo das cores em suas telas e painéis? Dominar as cores é se deixar levar por elas. As cores ensinam o caminho pictórico ao Pintor que, inteligentemente, se entrega. A inquietude no universo das cores acalma a alma.



2) Qual é a base do "pensamento" desenvolvido pelo Pintor em relação às artes plásticas? Sempre o desenvolvimento da linguagem da Pintura. Tal busca faz com que o pensamento se projete e se instale em uma outra e nova dimensão. Lá, o mesmo soma-se à emoção para diluírem-se, dando, então, lugar à intuição. Portanto: intuição e linguagem, ou linguagem e intuição. Essa é a base do "pensamento" do Pintor.



3) O seu trabalho como Pintor é uma recusa à arte abstrata? A Arte é abstrata. A concretização e materialização artística se dão ora através da Pintura, da Dança, do Teatro, da Música, de algo que ainda não foi nominado e/ou rotulado ou, até mesmo, de certas maneiras de Ser e de Viver, etc. Particularmente, minha pintura é considerada arte figurativa. Porém, como ela não trata da representação, reprodução ou repetição da natureza ou mundo material exterior e sim de um universo afetivo, concluímos que: tudo o que aparece - de forma explícita - de "figuras" nas minhas telas é pura ilusão. Portanto, por mais figurativa que pareça, na verdade, minha Pintura é abstrata - caligrafia pictórica -, assim como a alma, o desejo, a fantasia, o sonho. Estes sim - e não as figuras -, além de abstratos, são reais, na vida e nas telas.



4) Na sua opinião, o que existe de mais original na sua Pintura? Conter em si minhas experiências de Vida, e colocá-la em sintonia com o desenvolvimento da linguagem universal da Arte ou da Pintura - que pra mim, Arte e Pintura, são a mesma coisa. E ainda, por mais que técnicas, obras ou movimentos históricos de Pintura sejam divulgados e conhecidos, ressalto o instinto e o prazer de guardar a chama do primitivo, do inventar o "como fazer", no exato momento da criação, ou até mesmo da morte.



5) Que artistas, movimentos, fatos e "coisas", você destaca em suas influências? Movimentos em Pintura, não: são demarcados - não elásticos -, datados, rotulados demais, políticos demais. Autores sim: Miró, Segall e Matisse, por exemplo. Porém, uma tampa de lata ou um bicho de borracha poderão influenciar-me mais que toda a obra de certo pintor. Fato? Fatos não são "ensinados" nas Escolas de Arte. Porém, podem sim determinar toda uma Vida de busca e investigação da "Verdade" através da linguagem artística. Fatos coleciono muitos, desde a infância, mas precisariam de um livro inteiro para serem abordados e interpretados.



6) Quais temáticas, linhas e símbolos desenvolvidos e como eles dialogam entre si no seu trabalho criativo? Apesar de, em diferentes momentos, minha Pintura apresentar diferentes "caras estéticas" e tendências conceituais e/ou existenciais - através das séries Quarto de brinquedos, Figuras da Rua Direita, Modelos Com Cães, O Pianista, Anotações Primárias, Gráficos, Olhos de Vidro e Elásticos, por exemplo - a temática é, na verdade, somente uma: a busca da comunicação com a essência da alma, a verdade que cada desejo em nós contém.



7) Como você situa a sua presença, como um artista que sempre busca a reinvenção da Pintura, na história recente da arte contemporânea brasileira? Sou Pintor que sabe que a ética e a estética da Arte e da Pintura, respectivamente, são caminhos especiais para o crescimento. Portanto, reinvento a Pintura a cada dia, da mesma forma que acordo e renovo a esperança a cada manhã. O caminho é longo e sinuoso. Não tem o ontem, tão pouco o amanhã. Começa e termina sempre no hoje, no agora. No abrir do Atelier. Contemporaneidade e universalidade são intrínsecas.




José Aloise Bahia (Belo Horizonte/MG). Jornalista, escritor, ensaísta, pesquisador e colecionador de artes plásticas. Autor de Pavios Curtos (anomelivros, 2004) e Em Linha Direta (no prelo). E-mail: josealoise@aol.com
Fonte Itaú Cultural/Catálogo das Artes

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.