Fernando Lemos

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Artista Fernando Lemos
Biografia Conhecido como renomado artista gráfico e poeta, Fernando Lemos, seguindo uma trajetória aparentemente característica dos jovens artistas neste século, dedicou-se também à fotografia ao final da década de 1940. Este ensaio comenta essa atividade, trazendo algumas das imagens fotográficas do artista, expostas em 1992 no Mois de la Photo em Paris e, dois anos depois, na sua retrospectiva realizada no Centro de Arte Moderna de Lisboa, ambos eventos sob patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Nascido em Lisboa em maio de 1926 com o nome de José Fernandes de Lemos, freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes, além de dedicar-se aos estudos em litografia e desenho industrial. Ao final dos anos 40, começa a utilizar o laboratório fotográfico de Mario de Almeida Camilo, que trabalha na seção fotográfica do magazine Grandes Armazéns do Chiado. Camilo, entusiasta da produção do jovem artista, oferece um apoio excepcional, inclusive realizando os trabalhos de ampliação. Lemos então convive com uma parcela da cultura jovem portuguesa, cujo ponto de agregação era entre outros a oposição ao regime ditatorial de Antonio Salazar de Oliveira.
Em janeiro de 1952, expõe pela primeira vez, na Casa Jalco, numa primeira coletiva e logo a seguir na Galeria de Março, em individual intitulada Fotografia de várias coisas. Sua produção, apesar da inserção do jovem artista no panorama literário e artístico, tem lugar de modo distante dos fotógrafos do período, à exceção de Camilo. Um dos raros contatos foi Victor Palla e, apenas como referência emblemática, um encontro em Paris, no atelier de Maria Helena Vieira da Silva, com Man Ray. O panorama fotográfico em Lisboa estava restrito aos salões, de vertente fotoclubista, sem maior espaço à experimentação: fotógrafos do poente, do pôr do sol, de salões...
Fernando de Azevedo, escritor português, em texto para catálogo da retrospectiva de 1994, resume: Não havia entre nós, nada de semelhante. Haveriam alguns bons fotógrafos, que Fernando Lemos não freqüentava, sequer; convencionais uns, só preocupados de realidade social outros, bastante interessante os que buscavam no lirismo urbano, novidade; mas nenhuma aventura assemelhável à sua. Por outro lado, a informação que nos chegava, que lhe chegava, era curta, pobre, então. De Man Ray, como Man Ray, não creio que Fernando Lemos soubesse alguma coisa. E, no entanto, possuía também ele aquele gênio assim, de saber lidar com a realidade, com o dado objectivo, sem lhe obedecer; de o usar somente como material permeável, múltiplo.
Fonte Hall Brasil

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