Biografia |
Clarice Gonçalves
Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília
vive e trabalha em seu ateliê em Taguatinga DF.
Pincipais Exposições
2004 - Galeria da Unb - Brasília, DF
2007 - E o parangolé, o que tem a ver com o museu? coletiva - Esp. Cultural Renato Russo, DF
2007/2008 - Prêmio aquisição 13º Salão dos Novos - Joinville, Santa Catarina, SC
2008 - Prêmio Visões da Europa, Museu Nacional da república - Brasília , DF
2008 - "Memórias Herdadas" individual, Galeria Espaço Piloto - Brasília , DF
2008 - "Pessoal e trasferível" individual, Galeria 10º andar da Câmara dos Deputados, DF
2009 - "Como se fosse uma pele de tinta", individual, Galeria Objeto Encontrado - Brasília, DF
2010 - "Ocupação Contemporânea" coletiva, Galeria Referência, Brasília, DF
2010 - "Brasília, Prazer de Pintura", coletiva, Galeria Fayga Ostrower, Funarte - Brasília, DF
2010 - "Arquivo Criativo" Casa Prólogo, coletiva, Higienópolis, SP
2010 - "EXPOSTAS" coletiva, galeria acervo CAL (Casa de Cultura da América Latina) - DF
2010 - "Aos ventos que virão" brasília (196-2010) coletiva, Espaço Ecco, Brasília, DF
2011 - "A alma aflúe ao semblante" individual, Galeria da FAV, Universidade Federal de Goiânia - GO
2011- "até meio quilo" (grupo aluga-se) coletiva, pinacoteca de Santos, SP
2011- "até meio quilo" (grupo aluga-se) coletiva, MACC Campinas, SP
2011- "até meio quilo" (grupo aluga-se) coletiva, MARP, Ribeirão Preto SP
2011- "até meio quilo" (grupo aluga-se) coletiva, Fundação Badesc, Florianópolis, SC
A pintura como eterno retorno
Num repositório de memórias inventadas, a pintura confidencia cenas, vontades, divagações de memórias antepassadas e revive personagens. Como se ao perder a memória e tendo a oportunidade de refazê-la através de imagens, tateio dentre imagens de fontes diversas, os sussurros de minhas avós, mães, tias, vizinhas, filhas, sobrinhas, enteadas, cunhadas: íntimas desconhecidas.
A tinta as dá corpo emocional, clausura de si e do outro, se adapta a sensações, não só da imagem ou o manejo desta, mas em conjunto com o formato de seu suporte, distorcendo as proporções em que normalmente se vê imagens (15×21, A4 entre outras), propiciando outras formas de composição dentro da imagem bidimensional e em relação as outras pinturas e o espaço.
Os títulos são trechos, frases, traduções literárias, expressões antes lidas nas mais diversas fontes e também ouvidas em palestras, discussões, filmes ou contextos cotidianos dos mais diversos, leituras e diálogos que são consumidos por muitos de nós nas pausas ou durante as expirações e afazeres, são belezas jogadas ao vento que nada mais fiz que separá-las de seu contexto, descartando-o e agregando a minhas elucubrações imagéticas, numa tentativa diversas vezes bem sucedida de construir um haicai de palavra, tinta e imagem.
O corpo da obra, a afinidade entre estas imagens, se dá de forma cíclica, produzindo diálogos e narrativas das mais diversas, ao serem dispostas, avizinhadas, inquilinas umas das outras. As pinturas dialogam entre si com vozes advindas de diferentes épocas de produção. O assunto ao invés de se esgotar na massificação da produção, (visando uma montagem/apresentação "uniforme"), amadurece, e ressurge em uma oitava acima, em meio a produção mais recente, o "dito" de antes ressurge e acrescenta sua fala, como um adágio, ou conselho vó.
por Clarice Gonçalves
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