Ary Garcia Roza - Ari Garcia Roza

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Artista Ary Garcia Roza - Ari Garcia Roza
Biografia Nasceu em Cachoeiro de Itapemirim - ES em 1911. Sexto filho do advogado Alfredo Garcia Roza (falecido em 1927) e de Hermínia Serva Garcia Roza. Transfere-se para o Rio de Janeiro, ingressando no Curso de Arquitetura da, então, Escola Nacional de Belas Artes. Concluiu o curso em 1934, ao lado de colegas que se tornariam importantes expressões daquela arte, entre eles Oscar Niemeyer (5 anos mais velho que o capixaba).
Durante o período em que estudou na ENBA, Garcia Roza participou da reforma do ensino, promovida por Lúcio Costa, no início dos anos 30, quando são nomeados novos professores, cotados como os mais significativos modernistas, daquele momento. Entre eles estavam Gregori Warchavchik (então com 34 anos), o qual chama para ser seu assistente Affonso Eduardo Reidy, (com 20 anos de idade); Alexandre Budeus (jovem arquiteto alemão), autor de edifícios modernistas na Europa e no Brasil.
Chegou mesmo a integrar equipe de trabalho com Sérgio Bernardes e Ernani Vasconcellos e a incluir no seu grupo de atuação paisagistas como Burle Marx e artistas plásticos como Bruno Giorgi e a próprio Roberto Burle Marx, que executam murais para edifícios projetados por ele . Ocupou o cargo de Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, tendo como vice - Presidente Oscar Niemeyer. Embora se atribua a Niemeyer a autoria dos primeiros edifícios construídos no Brasil apoiados em pilotis, a partir do Palácio da Cultura "Gustavo Capanema", no Rio de Janeiro (ex. edifício do Ministério da Educação e Saúde), (baseado num esboço elaborado por Le Corbusier, em 1936), o capixaba Garcia Roza já havia projetado, em 1934, um edifício residencial, na rua Visconde de Pirajá, na mesma cidade (já demolido), inteiramente apoiado em pilotis, o que o torna pioneiro dessa peculiaridade arquitetônica .
Ary Garcia Roza também se define como um "arquiteto de canteiro de obras", para enfatizar que, diferentemente de outros arquitetos de sua geração, que optaram por ser colocar como "artistas - projetistas", seu grande desafio era acompanhar a concretização plástico - arquitetônica de sua concepção criativa, orientando e seguindo atentamente o desempenho de engenheiros, mestres de obras e operários. Além do autor de inúmeros edifícios de apartamentos, a partir dos anos 30, o arquiteto capixaba transformou- se ainda num dos mais requisitados e singulares autores de projetos dos grandes hospitais do Rio de Janeiro, entre eles o "Souza de Aguiar", a casa de Saúde "Dr. Eiras", o Instituto de Hematologia e o Hospital São Sebastião, construídos no governo de Carlos Lacerda . Vale ressaltar que , para a construção de hospitais , nos anos 40 e 50 ,nas cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, foram encomendados projetos arquitetônicos arrojados, no que se refere a funcionalidade e estilo das formas, destacando - se nessa época, nesse tipo de empreendimento Ary Garcia Roza na capital Federal e Rino Levi , na segunda, ao vencerem vários concursos para esse fim.
Mas o arquiteto capixaba foi também o vencedor de vários outros concursos nacionais, entre eles o do edifício - sede do Banco do Brasil, já citado, do SESC/FIESP, em São Paulo; do Porto do Suape, em Recife - PE (2º lugar) e na sede do DESP, em São Paulo (2º lugar); da sede do Banco do Brasil no Rio de Janeiro e do Hospital Geral de Salvador, Bahia (2º lugar).Mesmo sofrendo alterações durante o processo de construção, a concepção plástico - arquitetônica do prédio do Banco do Brasil, em Brasília, é uma obra prima da arquitetura contemporânea brasileira e uma das mais significativas contribuições de Ary Garcia Roza, à ousadia criativa daquela cidade, seja pela elegância de seu desenho, pela monumentalidade de suas formas, pelas minúcias de seu acabamento, pela maneira insólita como faz a fusão de diferentes materiais ... A escada do pavimento térreo, de belo desenho helicoidal, possui os degraus, em granito maciço, presos à viga central. As colunas são de aço inoxidável, sem emendas e a porta monumental, em aço escovado. O recurso do "brise soleil", difundido entre nós por Le Corbusier, a partir do seu emprego no Ministério da Educação, foi substituído neste edifício bancário, por Garcia Roza, por um novo processo, totalmente idealizado por ele. Consiste num tecido de algodão (morim) impregnado de melanina e prensado entre dois vidros, o que impossibilitava completamente a passagem dos raios solares, sem escurecer o ambiente.
Este processo, além de não interferir na composição arquitetônica, permitia pôr em destaque todas as sutilezas de limpeza e organicidade das linhas, além de possibilitar economia de materiais, dispensando, por exemplo, o uso de cortinas ou persianas. Completando essa perfeita integração arquitetura - técnica - arte, um enorme painel elaborado por Bruno Giorgi, no saguão do edifício, completa a concepção criativa de Garcia Roza para o Banco do Brasil.
No final dos anos 50, elabora também vários planos urbanísticos para municípios do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e do Espírito Santo: Teresópolis, Resende, Vitória, Guarapari, Cachoeiro do Itapemirim, Uberlândia, Paranaguá, entre outros.
Em 1985, o próprio autor Burle Marx repintou o mural, com a colaboração de Aldo Garcia Roza e alguns artistas locais. No entanto, problemas de infiltração na parede e a incidência direta dos raios solares sobre os pigmentos, acarretaram novamente ameaças sérias à pintura e ao patrimônio cultural capixaba.
Graças à sensibilidade e determinação política do atual Governo Estadual e empenho pessoal do Secretário da Fazenda, e dentro do projeto de modernização da SEFA, o antigo Edifício das Repartições Públicas, e atualmente chamado "Aureliano Hoffman", passou por restauração, bem como o painel pintado por Roberto Burle Marx (1909-1994). Com a colaboração de uma equipe formada de arquitetos, engenheiros, restauradores e pesquisadores, além de consultas ao próprio autor do projeto Ary Garcia Roza, o edifício onde funciona a SEFA recuperou parte de suas formas e funções originais. Todo o andar térreo, local por onde circulam funcionários, contribuintes e o público em geral (embora permaneça fechado pelas paredes de vidro), foi desobstruído de divisórias de madeiras e outros elementos que o congestionavam e o fragmentavam, para que se aproximasse das características arquitetônicas que o geraram e para fazer jus ao nome que ostenta: Espaço Cultural "Burle Marx".
A recuperação do edifício é também uma espécie de tributo a este arquiteto que é um dos mais significativos da arquitetura brasileira do nosso século. Por seus importantes trabalhos realizados para o país, para o Espírito Santo e de forma especial para o balneário de Guarapari, a Câmara Municipal desta última cidade concedeu ao arquiteto capixaba, radicado no Rio de Janeiro, o título de "Cidadão Guarapariense" em 1984.
Fonte Cda

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