Artista Antônio Caringi - Antonio Caringi - Caringi
Biografia Antônio Caringi (Pelotas, 25 de maio de 1905 - Pelotas, 30 de maio de 1981) foi um escultor brasileiro. Iniciou a sua carreira internacional em 1928 onde aprimorou sua técnica como escultor, principalmente na Academia de Belas Artes de Munique, Alemanha. De volta ao Brasil em 1934, concorreu e venceu o concurso para a estátua eqüestre do general Bento Gonçalves. Retornou para a Europa, em 1936, para aperfeiçoar sua técnica, viajando por diversos países. Voltou definitivamente no Brasil em 1940 por ocasião da Segunda Guerra Mundial.

Obras:

*Estátua do Laçador, um dos símbolos de Porto Alegre
*Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha , em Porto Aalegre
*Monumento ao Imigrante, em Caxias do Sul
*Estátua eqüestre de Bento Gonçalves, em Porto Alegre
*Monumento em homenagem ao soldado farroupilha, também conhecido como o Bombeador, na Praça Vinte de Setembro, em Pelotas

fonte : Wikipedia janeiro/2008

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ANTÔNIO CARINGI

Pelotas/RS, Brasil, 25/05/1905
Pelotas/RS, Brasil, 30/05/1981
Escultor.
Assinava .
Nota Biográfica
O pelotense Antônio Caringi é considerado o maior escultor de obras épicas da história da Arte no Rio Grande do Sul - pelo fato da maioria das suas peças retratarem figuras gaúchas, é definido como O Escultor dos Pampas. Embora a maioria das biografias de Caringi o dê como nascido a 18 de maio, o pesquisador Rodrigues Till, buscando informações sobre o escultor, descobre que, no Serviço Registral de Pessoas Naturais - 1a. Zona de Pelotas/RS - o cartório mais antigo da cidade -, consta o registro segundo o qual Antônio Caringi (homônimo ao do pai) não nasceu em 18 de maio, mas a 25 daquele mês. O menino Antônio Caringi tinha facilidade e gosto por esculturas e desde 1915 esculpia pequenas coisas inclusive nas minúsculas barras de giz do colégio. Depois do giz, revolve a terra preta do jardim para encontrar matéria-prima para esculturas em barro. A primeira porção de argila tratada pelas mãos do artista, lhe é presenteada por um relojoeiro da cidade. Como na pré-adolescência ainda persistisse o gosto pela arte, o pai, que queria a todo custo direcioná-lo para alguma profissão "séria", o proíbe de dedicar-se a trabalhos de arte. A saída foi fazer esculturas em argila, escondido no porão. Assim, Caringi seguiria como autodidata. A fim de expandir uma cadeia de lojas de chapéus da família, seu pai é encarregado de inaugurar uma filial em Bagé/RS, e para lá se muda com a prole. Os familiares acreditam que foram as memórias de infância vividas naquela cidade é que o inspiraram nas famosas esculturas em que retrata a figura gaúcha de modo imponente, altivo e destemido, a exemplo de Sentinela Farroupilha e Herói do Pampa, entre muitos outros. Em Bagé/RS, cursa o primário e o ginasial. Em 1918, a família passa a residir em Porto Alegre/RS, onde Antônio se bacharela em Ciências e Letras, e começa a participar de salões. Em 1920, expõe pela primeira vez, apresentando o busto de sua irmã Hilda, intitulado Menina Altiva, no Salão de Outono (desconhece-se a cidade). Em 1923, começa a estudar Química Industrial na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas não conclui o curso. Com carta de apresentação de Borges de Medeiros e Lindolfo Collor, bate à porta do então ministro Otávio Mangabeira, no Rio de Janeiro/RJ: como resultado, é nomeado Adido Cultural no Consulado Brasileiro em Münich. Em 1928, aos 23 anos, segue para Alemanha, estudando Escultura com Hans Stangel e Herman Hahn na Academia de Belas-Artes de Münich, em curso regular de cinco anos. Depois, transfere-se para Berlim, para estudar Plástica Monumental com Arno Brecker, que se constituiria na sua grande especialização. Da forte formação universitária na Alemanha, herda o sentimento nacionalista e o culto aos heróis, aperfeiçoando sua tendência natural à Arte Clássica, voltada para a figura humana. Após muitos anos na Europa, com passagens por Dinamarca, Suécia, França, Balcãs, Turquia, Grécia, Alemanha e Itália, domina sete idiomas e adquire hábitos europeus na vestimenta, na cultura e no comportamento. Educado, impecável no vestir e no falar, é bastante reservado em público. Em família, entretanto, é gentil, brincalhão, alegre e afetuoso. "Se em ocasiões solenes era fechado, em casa era italianíssimo", recorda o sobrinho Nicola Caringi Lima, diretor do Museu da Baronesa. Ao retornar definitivamente ao Brasil, em meio a Segunda Guerra Mundial, depara-se com a era Getúlio Vargas, com o forte nacionalismo brasileiro e o culto aos heróis nacionais. O cenário é perfeito e o mercado amplo para monumentos; recebe diversas encomendas de grandes personalidades nacionais. É neste período que atinge seu ápice, enquanto vivo, consagrando-se como monumentalista. Em 1933, mesmo estando na Alemanha, recebe o Grande Prêmio de Escultura da Sociedade Felippe dOliveira do Rio de Janeiro/RJ. É o único brasileiro eleito para a Câmara Nacional de Belas-Artes de Münich, chegando a ser convidado para assistir ao lançamento da pedra fundamental da Haus der Deutsche Künst, ao lado de Adolf Hitler. Em entrevista ao jornal Diário de Notícias, de Porto Alegre, em 1934, Caringi deixaria transparecer certo entusiasmo com o ambiente cultural da Alemanha, em plena ascensão do nazismo, quando Hitler incentiva a Arte Acadêmica em contraposição ao que chamava de Arte Degenerada (a Arte Moderna). Mas isto não significa que tenha se envolvido em política, como, decerto, não se envolveu, nem lá nem aqui. Nesse mesmo ano, ainda na Alemanha, é premiado com Menção Honrosa (desconhece-se em qual evento) e volta a Porto Alegre, a tempo de participar do concurso do Monumento Eqüestre ao General Bento Gonçalves, a ser erigido na Praça Piratini, em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos, durante as comemorações do Centenário da Revolução Farroupilha. Concorre e vence. Executa o monumento em 1935, inaugurando-o se dá em 15 de janeiro de 1936. Nesse mesmo ano, volta à Europa e viaja por França, Itália, Grécia, Suécia, Dinamarca, Turquia, Argentina e Uruguai. Entre 1936 e 1940, é premiado em Münich, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Volta definitivamente ao Brasil em 1940, em meio a Segunda Grande Guerra Mundial, fixando-se em Porto Alegre/RS. Em 1942, transfere-se para Pelotas/RS e se casa com a poetisa e grande declamadora, também pelotense, Noemi Assumpção Osório, mais conhecida pelo carinhoso apelido de "Dona Mimi", com quem tem seis filhos: Fernanda, Antônia, Leonardo, Ângela, Glória e Rita. Autora de sete livros de poesia, Dona Mimi está na plenitude da maturidade, beleza retratando algo de pueril, magnetismo alegre e romântico, ativa e com impecável bronzeado, fala com simpatia e inteligência tão marcantes que chega a impressionar. Descende de ilustres personalidades, como o Barão de Jaru, o General Osório, de quem era neta, e é filha de Pedro Osório; fez jus à nobre ascendência. Em 1944, é editado livro sobre sua obra pela Sociedade Felippe dOliveira, registrando os trabalhos produzidos entre 1934 e 1944. Nesta mesma cidade, Caringi responde pela autoria do Monumento ao Expedicionário erigido no Parque Farroupilha. A figura do gaúcho (cavaleiro ou sentinela), trabalhadores, maternidade, lendas e outros temas clássicos, são dominantes na obra do artista. Em 1948, transfere-se para São Paulo/SP. A contribuição de Caringi para as Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, também foi marcante na área do magistério, uma vez que, em 1952, funda a disciplina de Escultura na Escola de Belas-Artes de Pelotas/RS, lecionando-a por 28 anos, até aposentar-se, em 1980. Em 1954, recebe visita, em seu ateliê, do então Presidente Getúlio Vargas. Em 15 de junho de 1957, inaugura seu Monumento ao Expedicionário, em Porto Alegre/RS. Em 20 de setembro de 1958, com presença do então governador Leonel Brizola, inaugura, na entrada da cidade, sua célebre obra O Laçador. Segundo Joice Lima, somente pessoas íntimas do escultor sabiam de sua mágoa pelo não reconhecimento público de seus méritos em vida. Cada vez que desembarcava em Porto Alegre, ocultava a identidade e, ao passar pelo Laçador, na avenida Farrapos, pergunta ao motorista do táxi: - Que obra é esta? Quase que invariavelmente, lhe respondiam que se tratava da "famosa estátua do Laçador". - E quem a fez?, prosseguia, ansioso por ouvir seu próprio nome. Para sua frustração, porém, os taxistas nunca sabiam responder. "Finalmente, ele começa a se sedimentar como um dos maiores artistas gaúchos e brasileiros do século XX", celebra o sobrinho Nicola, escolhido pela família para ser o representante oficial dos assuntos do escultor. Nicola, que costumava freqüentar a residência de Noemi e Antônio Caringi quando criança, recorda com nostalgia das reuniões familiares, em que a tia declamava poesias e todos cantavam e conversavam: - A casa do tio Antônio respirava arte..., completa Nicola. Em 1964, inaugura a estátua Anita Garibaldiem Laguna/SC, cujo projeto também foi premiado em concurso nacional. Em 1976, termina sua penúltima obra, O Cristo Crucificado, quando adoece no ateliê no Rio de Janeiro, ficando impedido de trabalhar com a mesma intensidade. Seu último trabalho ao ar livre, inaugurado em 1977, é a Homenagem a Raul Pilla. Em 1978, já doente e andando com dificuldade, Caringi convida Paixão Côrtes para um chá das cinco. "Ele era um gentleman. Tinha sempre uma palavra de carinho para os amigos. Discreto, jamais se gabou de sua obra. Dizia que as Artes Plásticas aproximam os homens e evitam as guerras", registra o folclorista. Paixão filma em super-8 seu último encontro, quando o criador d'O Laçador, lhe diz: "Já te fiz de corpo inteiro, quando tu eras jovem. Agora, quero eternizar tua máscara com cabelos grisalhos. Vou mandar buscar barro da Biboca (antiga estação de trem na estrada que liga Pelotas a Bagé), que é o melhor material que tem para se trabalhar". Mas Caringi morre em 30 de maio de 1981, em decorrência de distúrbios cardiovasculares, sem tempo de ter o folclorista como modelo mais uma vez. "Ficou-me a tristeza de não ter atendido seu pedido", lamenta Paixão Côrtes. Em 1997, a Caixa Econômica Federal através do projeto CEF Resgatando a Memória, dedica-lhe retrospecto parcial com curadoria de Marisa Veeck e texto de Paulo Gomes, que observa: "Quanto a sua situação num contexto universal, Caringi está ligado à escultura alemã dos anos 1930, país onde estudou e produziu inúmeras obras". A arte sensível de Caringi homenageia padres, santos, soldados, escritores, heróis, mães, figuras folclóricas - como o Negrinho do Pastoreio -, traduzindo, com suas mãos, a abnegação do colono acolhido nas terras do sul. Desta forma, se torna um dos maiores nomes da Escultura Monumental no Brasil. Todos os seus trabalhos executados foram conquistados em disputados concursos públicos. Em 2005, comemorou-se o centenário do nascimento do artista, um marco para a família do escultor, com muitas homenagens programadas. Em fevereiro desse ano, no Carnaval, a Escola de Samba Unidos do Fragata faz a primeira homenagem a Antônio; no dia 8 de maio, durante um momento de arte com o artista e diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Paulo César Amaral, no foyer do Grande Hotel de Pelotas/RS, é lançado o nome de Antônio Caringi para a Sala de Exposições do local, inaugurada no dia 1º de julho do mesmo milésimo, como parte das festividades de aniversário de Pelotas/RS; no dia 18 de julho, pela manhã, acontece uma Sessão Solene em sua homenagem na Câmara de Vereadores de Pelotas/RS, e, à tarde, missa em Ação de Graças na Catedral de São Francisco de Paula; no mesmo mês, lançamento, na Livraria Mundial, de livro com a biografia de Caringi, escrito por Rodrigues Till.

Depoimentos do Artista
"É uma revelação e uma libertação. O artista cria estados d'alma, dando uma expressão a cada realidade." (Caringi, falando sobre Arte).

Depoimentos sobre o Artista
"Foi um pai maravilhoso. Apesar de ter ateliê no Rio de Janeiro, sempre estava presente, ao lado dos familiares, em Pelotas [...] Ele era muito culto e simples. Falava oito idiomas e gostava de nos relatar suas experiências na Europa. Ele não queria que seus filhos seguissem a sua carreira, pois sempre dizia que escultor não era reconhecido no Brasil". (Ângela Caringi, filha do artista).

"[Suas esculturas] estão nas praças e nas coleções do mundo, a comprovar o seu grande talento, um filho dos Pampas, de sangue itálico, um gênio brasileiro." (Leandro Telles).

"Artista! Teu cinzel meus sonhos esculpiu! Minha alma feita argila deu-te - com o calor de versos e emoções - o tudo que floriu num coração vibrante, ardente e sonhador!" (da esposa Mimi, no prólogo de um de seus livros).

Livros Publicados sobre o Artista
 Antônio Caringi: Trabalhos Produzidos entre 1934-1944, edição Sociedade Felippe d'Oliveira, 1944.
 A Escultura de Antônio Caringi: Conhecimento, Técnica e Arte, de Anonina Z. da Paixão, Ed. UPEL, Pelotas/RS, 1988.
 Antonio Caringi: O Escultor dos Pampas, organizado por Amadeu Caringi, edição do Museu de Arte do Rio Grande do Sul e do Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul), Editora Nova Prova, marca o cinqüentenário [da escultura] O Laçador e homenageia seu artista criador; 100 fotografias - colhidas em Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio Grande, Bagé, Alegrete e Laguna/SC, a mais completa documentação visual de um dos grandes escultores do país - de Eurico Salis, biografia de Luiz Antonio de Assis Brasil e texto crítico de Paulo Gomes, 2008.

Honrarias & Distinções
 Medalha, no grau de Comendador, concedida pelo Governo da Itália, 1954.
 Medalha do Mérito Universitário, aposentar-se como professor e fundador do curso de Escultura da Universidade Federal de Pelotas/RS, 1980.
 Sala de Exposições Antônio Caringi, no edifício Grande Hotel em Pelotas/RS, 2005.
Individuais
Sem registro de data, Rio de Janeiro/RJ e Porto Alegre/RS, Antônio Caringi: Estatuário da Alma Riograndense, organizada pelos acadêmicos da disciplina de Projeto Experimental do curso de Tecnologia em Gestão de Turismo da Universidade Católica de Pelotas, no Espaço de Convivência (Rua Gonçalves Chaves, 373) de Pelotas/RS; em 2008, Antônio Caringi: 50 Anos do Laçador, objetos, fotos e obra do artista, com lançamento de livro homônimo de autoria de Luiz Antônio de Assis Brasil, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul em Porto Alegre/RS.
Coletivas
Sem registro de data, Salão Nacional de Belas-Artes no Rio de Janeiro/RJ; em 1937, XLIII Salão Nacional de Belas-Artes no Rio de Janeiro/RJ; em 1950, mostra Máscara de Goethe na exposição Escultura Brasileira no Museu Nacional de Belas-Artes no Rio de Janeiro/RJ.
Prêmios
Em 1937, Medalha de Prata no Salão Nacional de Belas-Artes no Rio de Janeiro/RJ; em 1938, sua Máscara de Goethe merece a Medalha de Ouro no XLIII Salão Nacional de Belas-Artes no Rio de Janeiro/RJ.
Obras em locais Públicos
Os bronzes de Antônio Caringi eram fundidos na tradicional Metalúrgica Abramo Eberle, em Caxias do Sul/RS, sob supervisão de Tito Bettini.

O Laçador
Antes, havia só a estátua El Gaucho Oriental, do escultor uruguaio J. Escalada, no Parque da Redenção, doada pelo governo uruguaio em 1935, por ocasião do centenário da Revolução Farroupilha. Até que em 1954, por ocasião da celebração do IV Centenário da cidade de São Paulo, foi instituído, em Porto Alegre/RS, um concurso para a produção de escultura representativa do homem sulino, a ser exposta no Parque do Ibirapuera, junto com outras representando homens-tipo brasileiros, também inaugurado por ocasião do evento. Participaram do certame artistas conhecidos, como Antônio Caringi, Fernando Corona, Vasco Prado, que apresentaram cinco projetos, em modelos reduzidos - Posteiro, Boleador, Bombeador, Peão da Estância e Gaúcho Farrapo. A comissão avaliadora, da qual participava o jovem tradicionalista Paixão Cortes, decide-se em favor de Antônio Caringi, natural de Pelotas/RS, antigo centro charqueador-escravista, tendo este substituído as boleadeiras pelo laço, o que levou a denominação de . O tradicionalista Paixão Côrtes, então com 26 anos, posa para Caringi, que faz vários estudos em desenho antes de executá-lo em gesso. Côrtes conta que A indumentária d'O Laçador saiu de seu guarda-roupa, um verdadeiro museu de trajes típicos do Sul do país. Um exemplo é o tirador, uma espécie de avental de couro curtido e sovado, que protege a coxa do gaúcho do correr do laço, quando ele está embrenhado com o animal. "Caringi pediu que o tornasse um pouco mais curto, para obter melhor harmonia plástica." A bota-de-garrão-de-potro deixa os dedos dos pés livres para melhor agarrar-se à montaria. Presente de um velho laçador de Bagé, o laço é peça rara com 14 braças, e não 12, como é comum. Já o lenço precisa ser folgado, porque, assim, é mais fácil desvencilhar-se dele. Numa briga, há sempre o risco de o rival apertá-lo em volta do seu pescoço, explicou Paixão a Caringi. Ele anotava tudo e depois desenhava, conta o folclorista. A figura pretende representar o homem forte do campo sul-riograndense, não um guerreiro. A idéia inicial é de doá-la aos paulistas, mas como não havia em Porto Alegre nenhum monumento que homenageasse o homem do campo, reivindicou-se que a escultura ficasse na capital gaúcha, em local de destaque para o viajante que chegasse à capital. Modelada em barro e, a seguir, em gesso, deveria ser doada à municipalidade de São Paulo após a exposição comemorativa do IV Centenário da Cidade de São Paulo, em 1954, mas acaba retornando ao Sul, permanecendo esquecida por quatro anos em depósito da capital até ser, por ordem de Leonel Brizola, então prefeito de Porto Alegre/RS, foi retirada do esquecimento para ser fundida em bronze na técnica da cera perdida, pela firma J. Rebellato, em São Paulo/SP, seguindo em quatro partes, em caminhão, para Porto Alegre. Em 20 de setembro de 1958, data magna das celebrações farroupilhas, a majestosa escultura com quatro metros e meio de altura e quatro toneladas de peso, é era plantada na confluência das avenidas Farrapos e Ceará, na mais nobre entrada de Porto Alegre, nas proximidades do Aeroporto Salgado Filho, símbolo da modernidade pretendida pela metrópole sulina. A obra alcançou rápido sucesso. Em 1991, era escolhida em consulta promovida pelo Banco Itaú e pela Rede Brasil-Sul como Símbolo da Capital, decisão homologada pela Câmara dos Vereadores, em 1992. Em 17 de setembro de 2001, é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico como Monumento Histórico. Antes dessas distinções, já era motivo sempre presente em cartões de viagens, prospectos e alegorias sobre a capital e o estado gaúchos. Suas principais características são a ênfase nos aspectos externos de masculinidade, através da postura e da musculatura; o sentimentalismo, onde os sentimentos e as emoções estão expressos nos movimentos, nos gestos amplos e teatrais e nos retratos intimistas mas plenos de emoção e a capacidade de expressar a ideologia em obras discursivas e panfletárias, de porte grandioso, e que serviram ao discurso formativo de uma simbólica do Estado Novo. Em anos de existência, seu significado foi sendo enriquecido e registrado na memória afetiva da comunidade. Em 1991, uma pesquisa popular patrocinada pelo Banco Itaú e pela Rede Brasil-Sul de Televisão, o elege Símbolo da Cidade de Porto Alegre. Em 1992, é reconhecido oficialmente pela Câmara Municipal de Porto Alegre, que sanciona a Lei Complementar 279/92, reconhecendo o monumento como Símbolo Oficial da Cidade. Em 1993, O Laçador foi restaurado por Jair Torelly Mâncio, quando foi retirada uma pintura que a escurecia, escondendo a cor natural do bronze. Depois, por motivo de uma remodelação urbana, é removido alguns metros, para ficar na frente da área de desembarque do Aeroporto Salgado Filho, significando o desejo de boas-vindas dos gaúchos a quem chega a Porto Alegre/RS. Em 2008, o monumento ganha um novo laço - em substituição à peça mais uma vez furtada - autoria do artista Altair Clementel; o acessório é semelhante ao original e foi inspirada em documentos e fotografias da época. Foi descoberta, no Museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre/RS, parte da maquete do inédito O Pacificador, obra premiada em concurso realizado em 1944 e que seria erguida no Parque Farroupilha, mas que nunca foi executada pelo artista. A peça esteve durante anos registrada como sendo de autor desconhecido e só recentemente foi autenticada pelo professor Paulo Gomes, do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com base em 12 pranchas fotográficas publicadas em um livro sobre Antônio Caringi. A peça representa a figura eqüestre do Duque de Caxias, executada em gesso e recoberta com uma camada de pátina que lhe dá aspecto escurecido. Em função de algumas partes quebradas - orelhas do cavalo e o braço direito de Caxias -, Cézar Prestes, diretor do Departamento de Memória e Preservação Cultural da Sedac, está providenciando sua restauração.

Monumento ao Expedicionário, Porto Alegre/RS, Brasil.
O Monumento ao Expedicionário é um monumento histórico da cidade de Porto Alegre/RS. Terminada a II Guerra Mundial, os soldados da Força Expedicionária Brasileira que haviam lutado contra o Eixo na frente italiana retornam ao Brasil, e o país se multiplica em homenagens aos pracinhas e a seus feitos. Porto Alegre não é exceção, até mesmo porque eram gaúchos muitos dos soldados e dos oficiais que haviam participado da guerra. A idéia para o monumento foi lançada pelo jornal Correio do Povo em1946, que gerou um concurso público para a elaboração de um Arco do Triunfo, onde saiu vencedor o projeto de Antônio Caringi. A escolha dividiu o júri, do qual se retiraram João Fahrion e Tasso Corrêa, inconformados com a quebra do regulamento, uma vez que o projeto de Caringi se desvia do padrão usual de um Arco do Triunfo, com uma abertura central e às vezes mais duas laterais menores, ao passo que o seu possui duas aberturas iguais. Riopardense de Macedo também criticou o "grave erro arquitetônico". Com a polêmica, atrasou-se sua execução, sendo o monumento inaugurado apenas em 16 de junho de 1957. O monumento homenageia os soldados da Força Expedicionária Brasileira que lutaram na Itália na Segunda Guerra Mundial. Está localizado no Largo General Yeddo J. Blauth, no Parque Farroupilha, em frente ao Colégio Militar, em Porto Alegre/RS, e serve de cenário para cerimônias cívicas e apresentações do Exército em datas comemorativas. Sua estrutura de granito tem forma de arco duplo, com esculturas em relevo representando soldados de diversas armas e uma estátua em bronze na parte posterior, uma figura feminina alegórica inspirada nas estátuas de Atena, com armadura, pisando em uma serpente, representando, segundo Walter Spalding, a Vitória, ou, segundo a imprensa da época, a Bravura. Na frente traz a inscrição À Força Expedicionária Brasileira - A Pátria Agradecida.
Aos domingos, quando acontece a tradicional feira Brique da Redenção, o monumento vira palco de espetáculos realizados pelos artistas locais e nacionais.

Monumento ao Colono
O Monumento ao Colono, de Antônio Caringi, está fincado na Avenida Fernando Osório, em Pelotas/RS, Brasil.

Monumento ao Cel. Pedro Osório
Erguido na Praça Coronel Pedro Osório, em Pelotas/RS, Brasil.

O Pacificador
Na verdade é a maquete em gesso para monumento com a qual participou de concurso em 1944, do qual saiu-se vencedor e premiado. Consiste em uma estátua eqüestre de Duque de Caxias, com 45 metros de altura, que era para ser a mais alta das Américas. A pedra fundamental chegou a ser lançada no Parque Farroupilha, em 1945, mas a obra não saiu por falta de recursos do poder público. A empoeirada maquete de gesso, foi encontrada por acaso pelo professor do Atelier Livre no acervo do Museu Júlio de Castilhos e está sendo restaurada.

Monumento Nacional ao Imigrante
Em 1949, durante o planejamento das atividades de comemoração do 75º aniversário da colonização italiana, que aconteceria em 1950, é instalada uma subcomissão, denominada Comissão do Monumento, encarregada do recolhimento de fundos para a construção e discussão das diferentes concepções em torno do mesmo. Em 1950, durante a festa da uva, com presença do presidente Eurico Gaspar Dutra, foi formada uma nova comissão e lançada pedra fundamental da obra. O Monumento Nacional Ao Imigrante, que retrata a força da mulher em nossa cultura, é inaugurado em fevereiro de 1954 pelo então presidente Getúlio Vargas e continua sendo um dos mais importantes cartões postais da cidade e uma forte atração turística de Caxias do Sul/RS.

Monumento Eqüestre a Bento Gonçalves
Inaugurado em 15 de janeiro de 1936 em Porto Alegre/RS, em 1941 foi instalado junto à Praça Piratini, na Avenida João Pessoa, onde permanece. Restaurado em 2006, pelo Ateliê Alice Prati.

Outros Monumentos
Bispo Dom Joaquim Ferreira de Mello, Pelotas/RS, Brasil.
Estátua de Anita Garibaldi, Laguna/RS, Brasil.
Monumento a Anita Garibaldi, Laguna/SC, Brasil.
Monumento à Mãe Pelotense [dedicado à sua mulher], Pelotas/RS, Brasil.
Monumento a Osvaldo Vergara, na Praça da Matriz, Porto Alegre/RS, Brasil.
Monumento ao Almirante Saldanha da Gama, Rio de Janeiro/RJ, Brasil.
Monumento ao Dr. José Brusque, Pelotas/RS, Brasil.
Monumento ao General Daltro Filho, Porto Alegre/RS, Brasil.
Monumento ao Soldado Farroupilha [também conhecido como O Bombeador], Praça Vinte de Setembro, Pelotas/RS, Brasil.
Monumento em Homenagem a Loureiro da Silva, 1974.
Monumento em Homenagem a Raul Pilla, 1977.
Monumento Nacional ao Imigrante, Caxias do Sul/RS, Brasil.
Relógio Solar, Pelotas/RS, Brasil.
Sentinela Farropilha, Pelotas/RS, Brasil.
Acervos
 Coleção Família Osório Caringi [Gaúcho a Cavalo bronze assinado, 44 cm de altura, executada em Münich em 1935], Pelotas/RS, Brasil.
 Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo [moldes em gesso e pequenas peças, como estátuas em bronze, doadas pelo artista], Pelotas/RS, Brasil.
 Museu Nacional de Belas-Artes [Máscara de Goethe, Gaúcha e A Charrua, esta de 1948], Rio de Janeiro/RJ, Brasil.

fonte : Julio Louzada em 02/07/2010
Fonte cda

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