Descrição Definição
Título Stencil
História da Arte Marco Silva, trabalho de Desenho III, cidade doPorto. STENCIL Pensa-se ser uma das primeiras técnicas artísticas utilizadas pelo homem, a sua origem remonta à arte rupestre à cerca de 22.000 anos atrás. Ao lado de silhuetas de figuras humanas e animais foram produzidas silhuetas de mãos. Soprando tinta à volta da mão, colocada sobre uma superfície, criavam uma impressão invertida da mesma. Esta técnica simples provou ser facilmente adaptável ao longo da história e por todo o mundo. Os Egípcios utilizaram-na na decoração dos interiores das pirâmides, os chineses cortavam stencils de papel para decorar a seda com figuras de Buda e outros motivos. Este método viajou da Àsia para a Europa onde foi utilizado como método decorativo (desde o periodo medieval até à década de trinta do século XX) nas paredes e chão das igrejas, no mobiliário, texteis e papel de parede. Durante a Arte Nova e Arte Deco, a técnica do pochoir (palavra francesa para stencil) foi desenvolvida em França para edições limitadas e posters. O método pochoir era caro e extremamente trabalhoso, no qual um desenho era construido com stencils em metal e coloridos à mão com gouache, criando a ilusão de aguarela ou pintura a óleo. Nos anos trinta desenvolveu-se um processo sofisticado de impressão stencil, com tela, com a finalidade de produzir trabalhos artísticos em quantidades industriais. No final dos anos cinquenta e secenta, artistas americanos como Robert Rauchenberg e Andy Warhol desenvolveram novas técnicas de impressão com tela. Warhol utilizava no seu trabalho as cores vivas e planas das embalagens de productos industriais para criar imagens iconográficas inspiradas na arte comercial e cultura popular. Rauchenberg também utilizava a imagética dos mass media, mas o seu trabalho era mais expressivo e menos mecânico. Ambos, com as suas técnicas híbridas e e imagética Pop, são os precursores dos stencil artists de hoje em dia.

Autor desconhecido, cidade de Coimbra. Associa-se a origem do stencil graffiti aos países latinos do sul da Europa e da América do Sul. Durante a II guerra mundial fascistas italianos utilizaram stencils para pintar imagens do Duce como forma de propaganda política. Os Bascos e os Mexicanos utilizaram a mesma técnica durante os anos setenta como forma de protesto. Em Paris, no início dos anos oitenta, a forte tradição da "arte de protesto" combinada com a tradição decorativa da Arte Deco, e outros factores produziram algo completamente novo. Um dos seus pioneiros, Blek le rat, estudou na Escola de Belas Artes de Paris, enquanto trabalhava num parque de diversões com um amigo. O parque locolizava-se nas traseiras de um supermercado onde se vendia tintas de spray, que eram utilizadas pelos jovens para decorar a cabine onde eles guardavam o seu material. Blek e o amigo decidiram, por curiosidade comprar algumas latas, mas as suas experiências foram toscas, então Blek, que se lembrava de durante a sua infância ter visto em Itália as imagens de propaganda a Mussolini, sugeriu que utilizassem o stencil. Eles escolheram o nome Blek como referência a um livro de BD. Na altura, Paris era uma "tela em branco". De 1982 em diante o duo tornou-se cada vez mais irreverente e na véspera do ano novo "atacaram" o Centro Pompidou com uma praga de ratos, tanques e figuras. No fim de 83 separaram-se e Blek tomou como seu o pseudónimo, o entusiasmo de Blek por esta forma de arte fez surgir todo um movimento, durante o verão de 84 outros stencils começaram a aparecer em Paris. Como um movimento, a arte do stencil e outras formas de arte de rua surgiram em Nova Iorque no início dos anos oitenta: o resultado de um Boom na arte de galeria e em parte pela chegada da escola New Wave e movimento Punk, que se apropriava de stencils militares e subvertiam-nos. O conceito moderno de graffiti foi concebido em Nova Iorque e o termo é ainda fortemente identificado com o Hip Hop e o estilo Nova Iorquino. Os primeiros graffitis que surgiram na cidade foram os chamados tags também chamados single hit (assinaturas em que o graffiter utilizava o seu nome ou um nickname) nos anos secenta e setenta com o aparecimento dos marcadores resistentes a água. Com o surgimento da tinta de spray o tagging torna-se tão comum que os novos tags tornan-se invisíveis, surge a necessidade de criar um novo estilo mais extravagante, surge a piece, (diminutivo de masterpiece) uma assinatura mais complexa que o tag. Nessa altura o Metro era o sítio mais utilizado pelos graffiters. O graffiti depressa se internacionalizou, continuando a desenvolver-se e a mutar, hoje em dia é a forma de graffiti dominante e por consequência apropriou-se do termo. A arte do stencil está a ressurgir e apesar da sua efemeridade tem uma durabilidade superior a outras formas de graffiti pois são normalmente executados em prédios antigos e abandonados, muitas vezes sobrevivem às limpezas municipais porque não são vistos como graffiti mas talvez como notícias públicas ou murais. O estilo stencil é graficamente associado à tipografia stencil funcional encontrada nas embalagens, encomendas, nas caixas de electricidade, postes e cheguei a ver no Algarve aplicado em placas de sinalização e a numerar as casas, é por consequência associado a autenticidade. Durante o século XX vários tipógrafos foram influenciados pelo estilo stencil sendo um dos primeiros exemplos é a fonte Tea Chest, desenhada por Stephenson Blake em 1936. Na Bauhaus, josef Albers desenvolveu o Kombinationsschrift que, pelo seu design, é ideal para o stencil. Nos E.U.A. nos anos 40 a empresa March Stencil, produtora de máquinas de escrever tipografia stencil sobre placas stencil, era a maior nesse ramo do mercado, muito por causa da guerra, visto que 11 departamentos do governo americano, todos eles das forças armadas, eram seus clientes. Para os designers a tipografia stencil tem um carácter militarista, irreverente e de contestação... daí a sua utilização em muitos dos cartazes contra a guerra espalhados pelas cidades, no decorrer deste ano, 2003. A título de curiosidade, o booklet e todo o grafismo publicitário do último álbum da Madonna recorre ao stencil pelas razões atrás mencionadas. Várias são as empresas que recorrem à tipografia stencil para a sua imagem. A Crioxidil, uma marca de cera para o cabelo; a Mango, marca de roupa para jovens do sexo femenino; o Vinho do Porto, embora este caso seja ligeiramente diferente pois a utilização do stencil nas garrafas advém do facto de as pipas serem "marcadas" com esta técnica dada a sua funcionalidade. Marcas de surf, exemplo da Billabong fazem uso deste género de tipografia. A Nike e a Adidas, supermarcas reconhecidas, já utilizaram também, em campanhas, a técnica do stencil.

Data 12/10/2007
Fonte festanaaldeia.blogspot.com

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