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Artista Emílio Rouède
Biografia Emílio Rouède
1848-1908
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Nascido em Avignon (França) e falecido em Santos (SP).

De sua juventude e aprendizagem praticamente nada se sabe: segundo se afirma, servia na Marinha Real Espanhola quando despertou para a pintura de marinhas, na qual alcançaria maior notoriedade.

Tinha, pelo lado materno, raízes espanholas, e nobres, tanto que de certa feita Olavo Bilac chamou-o de "o nobre Duque de Saporta", numa alusão à sua estirpe, ligado que era aos Saporta de Saragoça.

De qualquer modo, quando chegou ao Brasil em 1880 era já artista feito, participando logo em 1882 da exposição da Sociedade Propagadora de Belas Artes e em 1884 da XXVI Exposição Geral de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Na mostra de 1884 expôs Saco do Alferes e Naufrágio do Montserrat, de propriedade respectivamente de Artur e Aluísio de Azevedo.

Entre Emílio e Aluísio, aliás, cedo despontou uma amizade que se transformaria em estreita cooperação intelectual, tendo os dois escrito, de parceria, cinco comédias, todas aliás encenadas com êxito: Venenos que Curam, O Caboclo, Um Caso de Adultério, Lições para Maridos e Em Flagrante Delito.

De parceria com Coelho Neto fez a comédia Indenização e República, estreada em 1888. As incursões de Rouède pelo teatro incluiriam ainda uma passagem como cantor de óperas, e com sucesso até maior do que o que obtiveram suas pinturas.

Aliás, terá sido essa pouca aceitação como pintor que o levou a tantos outros campos, como o jornalismo e a literatura, tanto mais que, apenas chegado, dominava com perfeição o idioma português. Prova de sua atuação nas letras são as novelas, contos, poemas e crônicas que deixou espalhados em jornais e revistas da época, ainda hoje à espera de quem os reúna.

Rouède, estrangeiro embora, engajou-se firmemente nas causas da Abolição e da República - tanto que, proclamada essa, chamaram-no para decorar o Palácio do Catete, trabalho que aliás nunca iniciou.

Rompendo, pouco depois, com Floriano, quando da Revolta da Armada de 1893, teve de deixar às pressas o Rio de Janeiro, embrenhando-se, em companhia de Bilac, por Minas Gerais adentro. Chega a Ouro Preto, cuja paisagem fixa e cujo passado artístico é dos primeiros a admirar, proclamando sua admiração numa crônica de 1894 em que propõe a criação de um arquivo histórico e de um museu de arte que perpetuem a memória da cidade.

Durante essa temporada em Ouro Preto pensou inclusive em escrever um livro, Origine de lArt au pays de lor, que aparentemente não saiu dos esboços.

Deixando Ouro Preto fundou, em Itabira do Mato Dentro, o Ginásio Santa Rita Durão. Mais tarde, por incumbência da comissão encarregada da construção da futura capital mineira, pinta aspectos do povoado de Curral del Rei, ao pé da Serra do Curral. Algumas dessas paisagens se conservam no Museu de Belo Horizonte.

Já em começos do Séc. XX, sempre pobre e boêmio, Rouède acha-se em Santos, como jornalista da Cidade de Santos. Sobre ele, testemunhou Afonso Schmidt:

«Escrevia artigos de fundo, tópicos, comentários, reportagens. Até mesmo o folhetim, de tipo policial, passado em Paris, que ele apresentava como do grande escritor fulano de tal, traduzido por não sei quem... Suponho que o folhetim Fifí Volard, que eu li com gosto na infância, pode ser atribuído à sua pena mágica.

«Mas não se contentava com isso. Desenhava as caricaturas para o jornal. E como em Santos, na época, não houvesse clicheria, era ele próprio quem passava os calungas para a chapa de zinco, em tinta litográfica, cobria-os com betume e lhes dava os banhos de ácido nítrico. Esse processo rudimentar permaneceu por algum tempo na imprensa local. Graças a ele, eu mesmo perpetrei os meus clichês".

João Luso, que o conheceu em São Paulo já no fim da vida, dele traçou um retrato comovido:

«Na roda dos novos, Rouède assumiu as proporções deslumbrantes de um herói romântico, tipo emigr

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