Biografia |
Magnelli, Alberto
Florença, Itália, 1888
Meudon, França, 1971
Um dos criadores do grupo Abstración Creation, Magnelli foi um artista construtivo de atuação original: por um lado, resgatou os aspectos da arte renascentista desvinculados da iconografia florentina e, por outro, de sua convivência com os cubistas, integrou seus valores matemáticos. Seu trabalho consolida e dá continuidade ao Abstracionismo, contribuindo para o desenvolvimento do construtivismo.
Autodidata, estudou os mestres do Treccento e do Quatroccento italiano. Começou a pintar aos 15 anos e, em 1909, já participava de exposições por toda a Europa. Apesar de ser Amigo dos futuristas de Florença não aderiu ao movimento. A partir de 1914, passa a residir em Paris, onde o contato com Picasso, Léger e outros cubistas levou à simplificação de sua obra, caminhando para o Abstracionismo que fica claro na série Explosões líricas. Retorna ao figurativo após 1920, com figuras, paisagens e naturezas-mortas influenciadas pela pintura metafísica de Giorgio de Chirico. Em 1931, visita as pedreiras de mármore de Carrara, que inspiram a série Pierres Eclattés ( Pedras Explodindo ), que preparam o artista para sua volta definitiva ao Abstracionismo.
Superada a fase da pintura metafísica, a obra de Magnelli transforma-se com o contato com Sophie Tauber Arp e com o grupo Abstración Création. A composição de formas puras ganhou dinamismo e sensibilidade, com anotações insistentes de traços que as delimitam com uma certa irregularidade que lembra o artesanato.
A partir de 1950, Magnelli recebe destaque na Bienal de Veneza, na I Bienal de São Paulo (Prêmio Aquisição) e ainda recebe o Prêmio Guggenheim de Nova Iorque, obtendo prestígio e reconhecimento internacional.
Magnelli teve importante papel na criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo, possibilitando o contato de Ciccilo Matarazzo com Léon Degand, que seria o primeiro diretor do MAM. Foi ele também quem ajudou Ciccilo a formar a sua coleção de arte moderna, tanto a pessoal quanto a do Museu, que posteriormente foram doadas à USP, dando origem ao MAC.
Cassandra de Castro Assis Gonçalves
Daisy Peccinini
Mac/SP
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