Angelo Agostini

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Artista Angelo Agostini
Biografia AGOSTINI, Angelo

(1843, Vercelli, Itália - 1910, Rio de Janeiro, RJ)

Estudou pintura em Paris, transferindo-se para o Brasil em 1859. Fixando-se em São Paulo, iniciou suas atividades de caricaturista em O Diabo Coxo (1864). Com o clima político agitado e a depredação das redações de semanários e jornais liberais em que colaborava na época, foi obrigado a mudar-se para o Rio de Janeiro. Em 1867, passou a colaborar em O Arlequim, A Vida Fluminense, O Mosquito etc. Com a Revista Ilustrada (de 1876 a 1891), mais importante manifestação da imprensa humorística e política do século XIX no Brasil, conheceu a glória e comprou brigas pesadas. Nessa revista, começou a publicar As Aventuras do Zé Caipora (segundo Herman Lima, a primeira história em quadrinhos de longa duração na imprensa brasileira), posteriormente publicadas em D. Quixote e O Malho. Sob o pseudônimo de "lo", contava a história do Pai João, em O Tico-Tico (de O Malho). Com suas ilustrações, alegorias e caricaturas, defendeu os ideais abolicionistas e republicanos. Conquistou assim a consagração dos círculos liberais: em homenagem pública, Joaquim Nabuco se referiu à Revista Ilustrada como tendo sido a "Bíblia abolicionista do povo que não sabia ler". Dedicou-se também à pintura e à crítica de arte. Participou várias vezes do Salão Nacional de Belas Artes e realizou individual no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro em 1882. Em 1968, o cineasta Luiz Carlos Lacerda realizou o curta metragem Angelo Agostini: sua pena, sua espada. A seu respeito escreveu Walmir Ayala: "Consagrou-se como desenhista de humor, linguagem com que exerceu a vergasta na defesa de causas sociais, sendo considerado ainda um dos responsáveis pela renovação técnica da imprensa brasileira. Pelas idéias liberais, antiescravistas e republicanas, que inspiravam sua atividade jornalística, tornou-se, em pouco tempo, alvo da hostilidade dos círculos conservadores, sentimento esse acirrado por sua condição de estrangeiro."

Referências: A arte brasileira (Lombaerts, 1888, 2. ed. Mercado de Letras, 1995, introdução e notas de Tadeu Chiarelli), de Gonzaga Duque; História da arte no Brasil (Oscar Mano & Cia, 1939), de Francisco Acquarone; Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; História da pintura no Brasil (Leia, 1944), de José Maria dos Reis Júnior; História da caricatura no Brasil (José Olympio, 1963), de Herman Lima; Histórias de presidentes: a República no Catete (Vozes/Fundação Casa de Rui Barbosa, 1989), de Isabel Lustosa; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Iconografia paulistana do século XIX (Metalivros, 1998), de Pedro Corrêa do Lago; Caricaturistas brasileiros: 1836-1999 (Sextante, 1999), de Pedro Corrêa do Lago; Uma introdução à história do design (Edgard Blücher, 2000), de Rafael Cardoso Denis; Iconografia do Rio de Janeiro 1530-1890: catálogo analítico (Casa Jorge Editorial, 2000), de Gilberto Ferrez; Cabrião (Unesp, 2001), organização de Delio Freire dos Santos; As aventuras de Nhô-Quim e Zé Caipora: os primeiros quadrinhos brasileiros (Senado Federal, 2002), organização de Athos Eichler Cardoso.

Histórico:

Nascimento/Morte

1843 - Vercelli (Itália) - 8 de abril. Obtém cidadania brasileira em 1888

1910 - Rio de Janeiro RJ - 23 de janeiro

Vida Familiar

Pai da pintora Angelina Agostini (1888 - 1973)

Cronologia

Caricaturista, ilustrador, desenhista, crítico, pintor, gravador



ca.1858 - Paris (França) - Conclui os seus estudos e se dedica a pintura

1860 - São Paulo SP - Passa a viver na capital paulista

1864 - São Paulo SP- Funda juntamente com Luís Gonzaga Pinto da Gama (1830 - 1882) e Sizenando Barreto Nabuco de Araújo (1842 - 1892) o jornal Diabo Coxo. A última edição da publicação ocorre em 31/12/1865

1866 - São Paulo SP - Funda juntamente com Américo de Campos e Antônio Manuel Reis, o jornal ilustrado semanal O Cabrião, publicado ininterruptamente entre 30/09/1866 e 29/09/1867, totalizando 51 números

1867 - Rio de Janeiro RJ - Muda-se para esta cidade e trabalha como colaborador na revista O Arlequim

1868 - Rio de Janeiro RJ - Trabalha como colaborador na revista Vida Fluminense (publicação que substitui o efêmero O Arlequim), nesta revista publica ainda a história infantil Nhô Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte. Nessa revista o artista também publica uma série de desenhos onde ilustra as notícias sobre a Guerra do Paraguai

1869/1875 - Rio de Janeiro RJ - Trabalha como colaborador no jornal O Mosquito

1872 - Rio de Janeiro RJ - Publica na revista O Mosquito, edição de 6 de julho, uma caricatura satirizando o quadro Passagem de Humaitá (1868), de Victor Meirelles (1832 - 1903)

1872 - Rio de Janeiro RJ - Executa uma litografia retratando Pedro Américo (1843 - 1905). O trabalho ilustra a capa da revista Vida Fluminense, publicada em 24 de fevereiro

1873 - Rio de Janeiro RJ - Cria a nova logomarca para a revista O Mosquito

1876 - Rio de Janeiro RJ - Funda em 1º de janeiro a Revista Ilustrada, onde no ano seguinte publica um retrato em homenagem a José de Alencar (1829 - 1877)

1879 - Rio de Janeiro RJ - Executa charge intitulada Oferecida ao Eminente Pintor Victor Meirelles, publicada na Revista Ilustrada em 25 de abril, e ainda nesse mesmo periódico, publica uma crítica ilustrada por uma caricatura onde satiriza e desmerece a tela Batalha dos Guararapes (1875/1879), do mesmo pintor

1879 - Rio de Janeiro RJ - Publica na Revista Ilustrada uma caricatura intitulada A Batalha do Avaí do Dr. Pedro Américo. A caricatura foi publicada em 10 de maio

1883 - Rio de Janeiro RJ - Publica na Revista Ilustrada uma caricatura satirizando o quadro A Batalha Naval de Riachuelo de Victor Meirelles. Na caricatura os navios foram substituídos por sapatos e botinas flutuantes. Nas duas edições seguintes da revista são publicadas novas críticas e caricaturas que satirizam o trabalho apresentado no Salon de Paris, realizado neste mesmo ano

1884 - Rio de Janeiro RJ - Publica na Revista Ilustrada a história infantil intitulada As Aventuras de Zé Caipora, considerada a primeira história em quadrinhos brasileira

1884 - Rio de Janeiro RJ - Publica na Revista Ilustrada alguns artigos contra os professores e artistas ligados à Aiba e, também publica, uma série de charges ilustrando suas críticas aos trabalhos apresentados por Pedro Américo e outros artistas, na 26ª Exposição Geral de Belas Artes, realizada neste mesmo ano

1888 - Rio de Janeiro RJ - É homenageado pela Confederação Abolicionista em um banquete realizado em 26 de agosto

1889 - Rio de Janeiro RJ - Publica na Revista Ilustrada a as últimas caricaturas que satirizam o Imperador Pedro II, durante a fala do trono

1889 - Paris (França) - Viaja para esse país fugindo do escândalo provocado por uma relação fora do casamento

1895 - Rio de Janeiro RJ - Volta a residir na capital carioca

1895 - Rio de Janeiro RJ - Funda a revista Dom Quixote, onde, em 1901, publica As Aventuras de Zé Caipora

1904 - Rio de Janeiro RJ - Trabalha no jornal Gazeta de Notícias

1904 - Rio de Janeiro RJ - Trabalha na revista O Malho, dando continuidade a publicação das Aventuras de Nhô Quim

1905 - Rio de Janeiro RJ - Integra juntamente com Luís Bartolomeu de Souza e Silva a equipe responsável pela fundação da revista Tico-Tico. Cria o logotipo da revista e nos anos seguinte publica nesta mesma revista as histórias infantis Histórias do Pai João e As Aventuras do Zé Caipora

1910 - Rio de Janeiro RJ - Em 10 de agosto integra o grupo fundador do Centro Artístico Juventus, que quase uma década depois de sua morte, em 1919, transforma-se em Sociedade Brasileira de Belas Artes. O Centro realiza sete salões na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, Associação Brasileira de Imprensa - ABI, Associação dos Empregados do Comércio e Liceu de Artes e Ofícios
Fonte Catalogo das Artes

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