Biografia |
Jean Leon Pallière
Grandjean Ferreira
(1823-1887)
Filho de boa família...
Nascido no Rio de Janeiro e falecido em Paris. Filho do pintor Armand Julien Pallière e neto do grande arquiteto Grandjean de Montigny.
Em 1830 partiu para a França na companhia paterna, realizando mais tarde, em Paris, o seu aprendizado artístico, como aluno de Jules-Eugéne Lenepveu, pintor decorador, e do mestre deste, o pintor histórico François-Edouard Picot.
Tinha 25 anos quando, retornando ao Brasil, matriculou-se na Academia Nacional de Belas-Artes. Já no ano seguinte (1849), contrariando todos os dispostivos do regulamento, deram-lhe, no quinto concurso do prêmio de viagem, a láurea máxima - três anos de aperfeiçoamento em Roma -, a despeito dos protestos de Porto-alegre pela imprensa.
Muito embora já fosse Grandjean Ferreira, àquela época, artista de excelentes recursos técnicos e expressivos, pesou certamente para a concessão do prêmio o sobrenome, bem como a simpatia de Felix Emile Taunay.
O Brasil pagou, a
Argentina levou
Partindo para a Itália em 1850, foi em Roma que executou uma Alegoria às Belas Artes, destinada a ornamentar o teto da biblioteca do antigo prédio da Academia Imperial de Belas Artes (demolido em 1938).
Terminado o tempo de sua pensão, foi a mesma prorrogada ainda por dois anos, para que pudesse estudar gravura em metal.
Ao regressar de Roma, Grandjean Ferreira dirigiu-se diretamente a Buenos Aires, onde permaneceria de 1856 até 1866, com uma viagem ao Chile em 1858 (documentada em seu Diário de viaje por America del Sud e algumas escapadas a Paris, após 1861.
Na capital argentina publicou, em data não-precisada, seu Álbum Palliére - escenas americanas, com litografias baseadas em pinturas de sua autoria.
Fez ainda paisagens e cenas de costume a óleo e aquarela, e lecionou Desenho na Escola Normal do Colégio de Huérfanos.
Neoclássico, com expressão
esteriotipada
Retornando em definitivo à Europa em 1866, radicou-se em Paris, onde até o fim da vida continuou produzindo pinturas de temática argentina, além de expor regularmente no Salon, obtendo menção honrosa no de 1876.
Grandjan Ferreira começou sua carreira sob o influxo do Neoclassicismo, e são ainda até certo ponto neoclássicas as decorações da biblioteca da Academia Imperial (tão encomiadas por Gonzaga Duque) e uma série de obras de temática religiosa ou pagã conservadas no Museu Nacional de Belas-Artes, como Fauno e Bacante, Jesus em Getsêmani e Descimento de Cristo.
Bem estruturadas e, do ponto de vista do desenho, corretas, tais obras apresentam aquela palidez cromática típica do Neoclassicismo, e nelas a expressão é algo estereotipada, convencional.
Um investimento que o
Brasil não aproveitou
Voltando porém da viagem à Itália e se fixando por longos anos na Argentina, Grandjean Ferreira encontraria, nesse pais precioso filão temático onde exercitar sua técnica, fixando aspectos de vilas e cidades, a vida rural, o campo, os usos e costumes locais.
Em tais obras torna-se mais espontâneo e sensível, e mormente quando realiza esboços ou aquarelas, artista verdadeiramente apreciável, despojado de preconceitos e preocupado somente em fixar, com emoção, o que tinha ante o olhar.
Tão ampla foi sua atuação na Argentina, e de tal modo preciosa a qualidade e a tipicidade do que nesse país realizou, que deve em verdade ser considerado antes de tudo artista argentino, que só secundariamente interessa à pintura brasileira e à francesa.
Fonte: CD-Rom «500 Anos da Pintura Brasileira»
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Texto do livro de Laudelino Freire
"1816-1916 - Um Século de Pintura"
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Natural do Rio de Janeiro.
Aluno laureado da Academia e pensionista do Estado.
Teve como especialidade os assuntos bíblicos e alegorias.
Depois de 1850, retirou-se para a Europa, não mais voltando.
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Fonte : Pitoresco
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