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Artista Emilio Vedova
Biografia Vedova, Emilio
Veneza, Itália, 1919
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Considerado o único representante italiano da action painting, Emilio Vedova carrega uma expressividade enérgica. Sempre com a preocupação político-social de contestação do mundo, entra no debate A Batalha entre o Realismo e a Abstração, mostrando ser possível unir o anseio pela transformação da sociedade com a representação plástica de natureza abstrata. Sua obra oscila, ora para a destruição, ora para a construção, inserida no drama do pós-Segunda Guerra e na perspectiva de recuperação dos valores humanos.
Nascido em Veneza, carrega traços da cidade em suas pinturas. No começo da década de 1930, realiza esboços das igrejas, tentando captar cores, luzes e alma. A influência do pintor renascentista Tintoretto impõe-se em sua obra, principalmente em relação à luminosidade; no jogo entre o escuro e o claro. Freqüenta por curto tempo a Academia de Belas-Artes de Perna, em 1937, mas, como não segue os ensinos clássicos, Vedova desenvolve seu talento principalmente a partir de suas vivências, impressões e convicções. Sua arte, neste período ainda de caráter figurativo, já apresenta toques expressionistas e tem como um dos temas o retrato de pessoas pobres. A Guerra Civil Espanhola, a oposição ao fascismo e a preocupação com a realidade social italiana são referências, o que faz com que seja perseguido e levado ao enfrentamento ainda na juventude.
Em 1940, participa do grupo reunido em torno da publicação Corrente. Juntamente com outros artistas de vanguarda, veicula idéias contrárias ao fascismo e ao poder de Mussolini. Discutiam o papel da arte como meio revolucionário e realizavam o chamado Realismo Social, embora suas figurações estivessem esteticamente distantes do Realismo Soviético. Com o final da guerra, Vedova intensifica o aspecto expressionista de seu surrealismo e caminha rumo à abstração. No período que se segue a 1946, sua obra é denominada "geometria negra" e é de uma espontaneidade explosiva. O retorno ao obscuro de Tintoretto, a desilusão com o mundo da guerra e a referência a Pablo Picasso e sua Guernica fazem com que o artista destrua e construa planos, gerando várias dimensões, em que o espectador tenta se colocar ou escapar. Na década de 1950, a intensificação desta fase leva à uma pintura tridimensional, de caráter escultórico, onde os planos são delimitados com rasgos e concentração de matéria. Em 1952, participa do Gruppo Degli Otto Pittori Italiani, juntamente com Renato Birolii, Antonio Corpora, Giuseppe Santomaso e Giulio Turcato.
Pintor revolucionário, da arte e da sociedade; reconhecido como inovador no cenário italiano e mundial do pós-Segunda Guerra; destacado com o Prêmio de Jovem Pintura na I Bienal de São Paulo (1951) e com o Grande Prêmio de Bienal de Veneza (1960), entre muitos outros. Emilio Vedova é idealizador e realizador de uma pintura densa, impressionante pela sua explosividade sangrenta e condensada.

Carolina Amaral de Aguiar
Daisy Peccinini

Fonte : MAC/SP

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